Na sexta-feira (8), os Estados Unidos utilizaram seu poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para bloquear a aprovação de uma resolução que solicitava um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza, onde ocorre a ofensiva de Israel contra o grupo terrorista palestino Hamas.
O texto, apresentado pelos Emirados Árabes Unidos, teve o apoio de 13 membros do Conselho de Segurança, incluindo o Brasil, enquanto a Grã-Bretanha se absteve.
Antes da votação, Robert Wood, vice-embaixador dos EUA na ONU, afirmou que, embora os Estados Unidos apoiem apelos por uma paz duradoura, não respaldam a solicitação de um cessar-fogo imediato, alegando que isso poderia plantar as sementes para a próxima guerra devido à suposta falta de interesse do Hamas em uma paz duradoura.
O resultado da votação foi o seguinte:
- 13 países a favor (incluindo o Brasil);
- 1 país contra (Estados Unidos);
- 1 país se absteve (Reino Unido).
No total, 97 nações copatrocinaram o texto dos Emirados Árabes Unidos, incluindo o Brasil. A medida, criticada por Israel, descrevia a situação humanitária em Gaza como “catastrófica” e apelava à proteção dos civis, à libertação imediata e incondicional de reféns mantidos pelo Hamas e ao acesso humanitário à Faixa de Gaza.
O representante dos EUA argumentou que o cessar-fogo proposto seria “irrealista e perigoso”, permitindo ao Hamas se reorganizar e realizar mais atos de violência. Além disso, destacou que sugestões norte-americanas para a resolução foram ignoradas.
Na quarta-feira (6), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, invocou pela primeira vez o artigo 99 da Carta da ONU para convocar a reunião extraordinária do Conselho nesta sexta-feira, buscando evitar uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.
