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A imprensa italiana revelou que o Papa Francisco faleceu em decorrência de uma hemorragia cerebral, possivelmente provocada por um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo os jornais La Repubblica e La Stampa, a causa não teria relação com os problemas respiratórios e a pneumonia dupla que o pontífice enfrentou em fevereiro.
De acordo com o Corriere della Sera, Francisco teria despertado ao som do despertador às 6h da manhã, sentido-se mal por volta das 7h e falecido às 7h30 (horário local) devido ao AVC. O Vaticano informou que ele morreu de forma tranquila, aos 88 anos, na residência Santa Marta, no Vaticano, após dedicar sua “vida inteira” a Deus e à Igreja.
O corpo do Papa ficará em velório público na Basílica de São Pedro durante três dias e será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. A exposição do corpo pode começar já na quarta-feira, segundo Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Francisco liderava a Igreja Católica desde março de 2013. Sua morte ocorre menos de um mês após ter recebido alta hospitalar após 38 dias internado com uma pneumonia severa nos dois pulmões.
Durante sua última aparição pública, no Domingo de Páscoa, o Papa saudou milhares de fiéis na Praça de São Pedro. Em um gesto de dedicação, percorreu a multidão de 35 mil pessoas por cerca de 50 minutos, mesmo sem estar usando a cânula nasal conectada ao oxigênio — algo que vinha utilizando em aparições desde sua internação.
A imprensa especula que os médicos tenham recomendado evitar o contato com multidões, já que o Papa provavelmente estava imunocomprometido. Mais cedo naquele dia, ele apareceu na sacada do Vaticano, desejou “Feliz Páscoa” aos fiéis e teve o restante da tradicional bênção Urbi et Orbi lido por um assessor.
Dias antes, em conversa com jornalistas, o pontífice havia afirmado que estava “vivendo como pode”, em meio às dificuldades de saúde e mobilidade reduzida, atribuídas à idade avançada e ao ganho de peso.
Mesmo diante dos problemas, o Papa manteve uma agenda intensa até as últimas semanas. Em setembro de 2024, ele fez uma viagem de 12 dias pelo sudeste asiático e Oceania, com passagens por Indonésia, Papua Nova Guiné e Singapura.
Ao receber alta hospitalar em março, os médicos haviam recomendado ao Papa pelo menos dois meses de repouso. Durante a internação, ele enfrentou dois episódios críticos em que sua vida esteve em risco, segundo médicos que o acompanharam.
Apesar disso, continuou fazendo aparições inesperadas no fim de missas e visitando a Basílica de São Pedro, o que dava esperança aos fiéis de que sua saúde estivesse melhorando. Na última semana de vida, chegou a aparecer em público duas vezes sem a cânula nasal.
Na véspera de sua morte, o Papa teve um encontro breve com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, convertido ao catolicismo em 2019. Segundo o Vaticano, o encontro durou poucos minutos e incluiu a entrega de três ovos de Páscoa de chocolate para os filhos do político americano.
Francisco e Vance divergiram publicamente sobre questões de imigração e as políticas do governo Trump. A reunião, no entanto, havia renovado as esperanças de que o Papa estivesse se recuperando.
Segundo o cardeal Kevin Ferrell, camerlengo do Vaticano, Francisco morreu às 7h35 (horário local) desta segunda-feira. “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, confiamos a alma do Papa Francisco ao infinito e misericordioso amor de Deus, Uno e Trino”, declarou.
O Conclave para a escolha de um novo Papa deve ocorrer daqui a no mínimo 15 dias, após nove dias de luto oficial. Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar. Dos 252 cardeais vivos, 138 estão aptos a participar da eleição.
Enquanto isso, o camerlengo atuará como líder interino da Santa Sé com poderes limitados.
A canonização de Carlo Acutis, marcada para o próximo domingo, foi adiada. Conhecido como “Influencer de Deus”, o jovem italiano morreu de leucemia aos 15 anos, em 2006. A cerimônia ocorreria no dia 27 de abril, mas a Santa Sé confirmou o adiamento:
