A recuperação da economia brasileira após a crise causada pela Covid-19 no 2º trimestre deve resultar em um PIB de -4,4% neste ano.
Essa é a estimativa do Banco Central divulgada nesta quinta-feira (17) no relatório trimestral de inflação.
Segundo o documento, a perspectiva considera a forte recuperação do PIB no terceiro trimestre (+7,7%). Para 2021, o BC estima um crescimento de 3,8%. O BC informou que essa estimativa está condicionada ao “arrefecimento gradual da crise sanitária”.
O fim dos auxílios do governo com o aumento das infecções por Covid-19 gera incerteza sobre o comportamento da economia. No relatório anterior, em setembro, o BC estimava PIB em -5% para 2020 e +3,9% para 2021.
Além do comportamento da pandemia, a projeção para o próximo ano está condicionada à manutenção do ajuste nas contas públicas e à continuidade das reformas, segundo o Banco Central. Esta última etapa até o momento está estacionada no Congresso. O alerta é importante para a retomada da agenda econômica do país.
Com a incerteza sobre o comportamento da pandemia e a vacinação, que segundo BC traz uma perspectiva de normalização no curto prazo, fazer o “dever de casa” é cada dia mais importante: “Em parte, essa revisão reflete a antecipação da recuperação econômica esperada, ao menos para alguns setores e componentes da demanda, para o ano de 2020. Por outro lado, o menor crescimento trimestral também é consequência da recuperação mais lenta do mercado de trabalho e dos índices de mobilidade”.
A previsão do BC segue as perspectivas do mercado financeiro e do governo. O Boletim Focus desta semana estima PIB em -4,41% e o governo -4,5%. A projeção, entretanto, é melhor que de organismos externos como a OCDE (-6%), FMI (-5,8%) e Banco Mundial (-5,4%).
No relatório, o BC reduz a perspectiva de consumo das famílias e investimentos para o próximo ano.