Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15), pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 9,81% no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2020.
Segundo pesquisadores do Cepea, a força veio da expansão de 14,46% no ramo agrícola, puxada pelos altos preços dos grãos, enquanto a pecuária aponta queda de 2,18% por causa da redução do abate de bovinos e alta de custos.
O PIB calculado pelo Cepea e pela CNA considerando tudo que é movimentado dentro e fora da porteira: insumos, agroindústria e serviços. Já o PIB computado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera somente o que é produzido dentro das fazendas.
Pelo cenário dos ramos do agronegócio, os cenários foram opostos. No ramo agrícola, o PIB cresceu 14,46% nos seis primeiros meses de 2021, após avançar 5,96% no segundo trimestre. O resultado foi positivo e expressivo para todos os segmentos do ramo, com destaque para o primário. O excelente resultado da agricultura, com alta de 24,33% no semestre, é observado mesmo com o avanço dos custos agrícolas e com a quebra de produção em diferentes culturas em resposta às condições climáticas desfavoráveis, impulsionado pelo alto patamar real dos preços agrícolas. Essa alta dos preços dos insumos, como os fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas, ao passo que pressiona os custos agrícolas, contribuiu para o bom resultado do segmento de insumos desse ramo (15,44%). No caso da agroindústria de base agrícola, o resultado positivo do PIB no semestre (7,84%) refletiu ambos, o bom patamar dos preços agroindustriais e uma recuperação de produção frente ao mesmo período de 2020, marcado fortemente pelos desdobramentos econômicos da pandemia de Covid-19.
Considerando-se o desempenho até o momento do agronegócio e da economia brasileira como um todo, a participação do setor no PIB total brasileiro deve permancer em torno de 30%.