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O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (16) que aumentou de 8,5% para 10,2% a estimativa de inflação para o ano de 2021, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A previsão consta do relatório de inflação do 4º trimestre deste ano e considera a trajetória estimada pelo mercado financeiro para as taxas de juros e de câmbio neste ano e em 2022.
Com isso, a instituição admitiu oficialmente que a inflação ficará acima de 10% pela primeira vez desde 2015 — quando somou 10,67%.
O BC também confirmou novamente que a meta não será cumprida neste ano, algo que já tinha acontecido em setembro deste ano. Quando isso acontece, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
O centro da meta de inflação, em 2021, é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do BC está bem acima do teto do sistema de metas.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
Atualmente, a taxa Selic está em 9,25% ao ano, o maior patamar em mais de quatro anos.
Entre outros pontos, o BC avalia que a alta da inflação neste ano é resultado:
- Do significativo aumento dos preços de “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, minérios e petróleo, que impulsiona o preço dos combustíveis);
- Da crise energética, por meio dos seus efeitos nas bandeiras tarifárias, o que representou nova onda de choque de custos na economia. Até outubro, a tarifa de energia elétrica residencial cresceu 19,13%.
- Alta do dólar, que eleva o preço de produtos e insumos importados.