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A não renovação da desoneração da folha de pagamento pode resultar na demissão de até 35 mil trabalhadores na indústria têxtil e de confecção do Brasil. Este setor já enfrenta desafios na competição internacional, e o término dessa medida aumentaria os custos de produção, podendo resultar em elevação dos preços ao consumidor e perda de competitividade.
De acordo com Fernando Pimentel, presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a possível redução de postos de trabalho seria ocasionada pelo aumento dos custos de mão de obra. “A confecção é o setor que mais emprega, e a mão de obra representa de 30% a 60% dos custos. Se esse custo aumentar, os preços também vão subir, o que pode levar à perda de mercado, à dificuldade do consumidor em adquirir produtos e à facilidade de importação”, disse ele ao portal r7.
Pimentel reconhece que o crescimento econômico impulsiona a contratação, mas destaca a necessidade de um ambiente de negócios favorável para que isso ocorra. “Entendemos que é fundamental manter a desoneração enquanto não encontramos uma solução mais ampla para reduzir o custo do trabalho”, complementa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem até o dia 23 de novembro para decidir se sanciona ou veta o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento.
Tanto empresas quanto centrais sindicais pressionam pela sanção do projeto. As empresas alegam que, sem a desoneração, a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários aumentará, o que elevaria os custos de produção e poderia levar ao fechamento de empresas e à demissão de trabalhadores. As centrais sindicais afirmam que, sem a desoneração, 1 milhão de empregos serão perdidos.