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O nível de endividamento dos consumidores brasileiros registrou uma leve queda de 0,3 ponto percentual, passando para 78,5% das famílias entre junho e julho. Este é o primeiro declínio do indicador desde fevereiro, embora ainda seja superior aos índices observados no início de 2024 e ao registrado em julho do ano passado, ambos em 78,1%.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quinta-feira (1º) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em fevereiro, o endividamento havia diminuído de 78,1% para 77,9%.
A pesquisa, que inclui a análise de 18 mil famílias em todo o Brasil, considera dívidas com cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.
O levantamento revela que, quanto menor o poder aquisitivo, maior o nível de endividamento. Entre as famílias com renda de até três salários mínimos, 81% estão endividadas. Esse índice é de 79,6% para famílias com renda de três a cinco salários mínimos e de 76,7% para aquelas com renda entre cinco e dez salários mínimos.
O menor nível de endividamento é observado entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, com 69,8%.
A CNC destaca que, embora o endividamento possa ser um indicativo de maior consumo e, portanto, de aquecimento econômico, o crescimento da inadimplência é preocupante.
Em julho, 28,8% das famílias apresentavam dívidas atrasadas, mantendo o mesmo nível de junho, mas abaixo dos 29,6% registrados no ano passado.
A proporção de famílias que alegam não ter capacidade para pagar suas dívidas caiu de 13% em outubro do ano passado para 11,9% em julho.
O comprometimento médio da renda com dívidas foi de 29,6% em julho, marcando o quinto mês consecutivo de retração nesse nível, com o tempo médio de comprometimento sendo de 7,2 meses.
O cartão de crédito é a principal forma de endividamento, utilizado por 86% dos devedores, seguido pelos carnês (15,7%), crédito pessoal (10,6%), financiamento de casa (9,1%), financiamento de carro (8,4%) e crédito consignado (5,6%).
A pesquisa de julho também inclui uma análise específica do Rio Grande do Sul, que sofreu enchentes no final de abril e em maio.
O endividamento das famílias gaúchas alcançou 91,2%, 12,7 pontos percentuais acima da média nacional e o maior índice desde outubro de 2023.
A proporção de famílias com dívidas atrasadas no estado chegou a 38%, 8,7 pontos percentuais acima da média nacional, refletindo o impacto das enchentes sobre o orçamento dos gaúchos.
Sem considerar o Rio Grande do Sul, a taxa de endividamento no Brasil teria sido de 78%. A CNC projeta que o índice de endividamento nacional deve recuar para 78,2% em agosto e setembro, mas deve retornar a uma trajetória ascendente, encerrando o ano em 78,4%.
A tendência é de crescimento também no percentual de famílias com dívidas atrasadas, que deve finalizar 2024 em 29,5%.