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O impacto no orçamento das famílias brasileiras, especialmente no que se refere à compra de frutas, tem sido considerável. Nos mercados populares, a inflação é percebida por meio das “variações de humor” dos consumidores.
Em entrevista à Globo, Alessandra de Brito, encarregada de limpeza, destaca a dificuldade em adquirir frutas devido aos altos preços, mencionando que, atualmente, está cada vez mais difícil incluí-las na alimentação.
Já Luis Roberto Lopes de Oliveira, empresário, aponta que o aumento nos preços das frutas afeta principalmente as famílias com crianças. Ele observa que, apesar do custo elevado, é impossível deixar de atender aos pedidos das crianças por frutas, mas a compra é limitada, optando-se por quantidades menores.
O preço do abacate tem gerado preocupação. Eri Aquino Lubas, marceneiro, relata que o custo elevado – R$ 25 o quilo – tem levado os consumidores a adquirir a fruta de forma fracionada, comprando aos poucos, a cada três dias, para poder continuar consumindo.
A laranja, tradicionalmente um item básico na alimentação brasileira, também viu seu preço subir consideravelmente, sendo comparado ao custo de produtos importados. Lucimar Araújo, vidraceiro, explica que, embora por vezes seja possível comprar, considera o valor injusto, o que o leva a optar por não adquiri-la.
A lista de frutas cujos preços aumentaram de forma significativa inclui tangerina, laranja-lima, laranja-pera, abacate, limão e abacaxi. Em um período de 12 meses, o preço dessas frutas subiu, em média, 16%, superando consideravelmente o índice de inflação.
De acordo com Felipe Serigati, professor de economia da FGV, a explicação para os aumentos nos preços das frutas está diretamente relacionada a fatores climáticos adversos. A seca tem prejudicado a produtividade dos pomares, já que, para uma produção ideal, é necessário que o solo mantenha um nível adequado de umidade.
Além disso, temperaturas acima da média têm acelerado o amadurecimento dos frutos, prejudicando a oferta e o controle sobre os ciclos de produção.
Esses problemas de produtividade no Brasil reverberam não apenas no país, mas globalmente. A valorização do dólar também tem contribuído para o aumento dos preços, especialmente no caso da laranja, uma vez que, embora o Brasil seja o maior produtor mundial dessa fruta, o preço é definido no mercado internacional, em dólares. Serigati observa que, com a desvalorização do real frente à moeda americana, o custo das frutas, especialmente as precificadas em dólar, tem aumentado consideravelmente.
No mercado popular, embora os consumidores compreendam as razões para os preços elevados, muitos questionam a disparidade entre o custo das frutas no Brasil e os preços em outros mercados. Lucimar Araújo, vidraceiro, questiona a lógica de os preços das frutas, cultivadas e colhidas no Brasil, serem mais elevados do que em outros países, sugerindo que, se a produção ocorre localmente, os custos deveriam ser mais baixos.