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Na Operação SOS deflagrada nesta terça-feira (29), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, determinou busca e apreensão na Polícia Civil do Pará. A medida foi tomada em virtude da suspeita, segundo O Antagonista, de que a organização criminosa, supostamente comandada pelo governador Helder Barbalho, tenha usado um moderno equipamento de interceptação telefônica para monitorar os próprios investigadores do esquema.
A suspeita do STJ surgiu por denúncia de um delegado da própria Polícia Civil, que relatou ao Ministério Público estadual a aquisição pela Civil de um dispositivo “capaz de extrair dados de aparelhos telefônicos, interceptar diálogos criptografados e fazer gravações ambientais”, tudo sem deixar rastro. O equipamento teria custado R$ 5 milhões.
Alvo da Operação SOS, o agora ex-chefe da Polícia Civil do Pará, Alberto Henrique Teixeira de Barros, é cunhado de Parsifal de Jesus Pontes, homem forte de Helder e que chefiava a Casa Civil até ser alcançado pelas investigações. Denise Lima Teixeira de Barros, irmã de Alberto e mulher de Parsifal, estava lotada na Casa Civil e fez parte da comissão que selecionou as organizações sociais Pacaembu e Birigui, investigadas.
Em sua decisão, Falcão informa ainda que, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Para Bellum, a PF encontrou um relatório de inteligência da Polícia Civil referente a Henrique Lutz, um dos integrantes da Orcrim, supostamente comandada por Helder e operada por Nicolas André Tsontakis Morais e Gleudson Garcia Montali.
“Essa informação, em conjunto com os dados e relatos do Ministério Público do Estado do Pará, demonstram que a Polícia Civil pode estar atuando, entre outras formas, com a utilização do aparelho em questão, para dificultar as atividades investigativas”, justificou a Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a apreensão para perícia.