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O Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta a falta de doses de vacinas contra a Covid-19 para entrega imediata, após cerca de um terço do lote adquirido da farmacêutica Moderna perder validade no estoque do Ministério da Saúde ou necessitar de troca.
Sem vacinas de outras marcas disponíveis, a pasta, sob a direção de Nísia Trindade, reduziu a entrega das doses nos últimos meses.
Atualmente, todas as unidades estocadas estão vencidas, e a Saúde admite que estados e municípios têm um número reduzido de vacinas, especialmente do modelo destinado ao público infantil.
O Ministério da Saúde informou à CNN Brasil que começará a distribuir, nesta semana, 1,2 milhão de doses contra a Covid-19 para regularizar a vacinação de crianças em todo o país. Essas vacinas são parte da compra emergencial realizada pela pasta em maio deste ano.
Os lotes perdidos fazem parte de um contrato de 12,5 milhões de vacinas da Moderna, adaptadas à variante XBB, assinado por R$ 725 milhões. Até o momento, o ministério repassou 8,26 milhões de unidades desta aquisição, enquanto cerca de 4,2 milhões de vacinas estão retidas no estoque.
A Moderna já recolheu 1,2 milhão de unidades que estavam com o ministério para trocá-las por doses com validade mais longa. Documentos internos da Saúde indicam que as cerca de 3 milhões de vacinas restantes, todas vencidas, devem ser substituídas em dezembro por um modelo mais atual da farmacêutica, adaptado à cepa JN.1.
O plano do ministério era intensificar a imunização da Covid neste ano com a compra dos lotes da Moderna. No entanto, o contrato emergencial foi assinado após o prazo planejado pela pasta, e as doses começaram a ser entregues ao Sistema Único de Saúde (SUS) somente em maio.
Além disso, a empresa forneceu vacinas com validade inferior ao estipulado no contrato. Por conta disso, o ministério solicitou à Moderna, em agosto, a troca das vacinas prestes a vencer, sem custos adicionais. No final de setembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a importação de 1,2 milhão de vacinas com validade até 2025 para substituir os lotes recolhidos pela farmacêutica.
Antes de serem distribuídas à rede pública, as novas doses ainda precisam passar por controle de qualidade e outras verificações.
O ministério aponta que fatores como a validade das vacinas, a necessidade de temperaturas de armazenamento extremamente baixas e a disseminação de fake news se tornaram obstáculos para a campanha de imunização. Em maio, o primeiro mês de entregas da vacina da Moderna, foram repassadas 3,55 milhões de doses.
A distribuição, no entanto, caiu para 2,17 milhões em junho, 866 mil em julho, 1,1 milhão em agosto e 550 mil em setembro.
Dados do Ministério da Saúde revelam que apenas 3,1 milhões de doses da Moderna foram aplicadas, representando menos da metade do total entregue.