O juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Eduardo Appio, encaminhou à Polícia Federal (PF) depoimento prestado pelo advogado Rodrigo Tacla Duran na terça-feira (09). O magistrado enviou o caso à PF por considerar graves os fatos relatados.
Ele foi ouvido na condição de testemunha em denúncia contra o ex-presidente do Equador Jorge Glas.
“Diante da imensa gravidade dos fatos supostamente criminosos noticiados na audiência da tarde de hoje [ontem, terça-feira] pela testemunha Rodrigo Tacla Duran, encaminhe-se cópia da presente audiência para o Sr. Superintendente da Polícia Federal do Paraná para as providências que julga cabíveis”, diz despacho do juiz.
No depoimento ao juiz, o advogado, que atuou para empreiteiras como a Odebrecht e confessou lavar dinheiro para a empreiteira, relatou existir um esquema de “proteção” a doleiros, a partir do pagamento de uma taxa ou “mesada” para evitar continuidade de processos.
Com o pagamento recorrente da taxa, de acordo com ele, não haveria “persecução penal” desses doleiros pelos procuradores da Lava Jato.
Segundo o advogado réu confesso da Lava Jato, quem não pagava a suposta propina era denunciado e sofria ameaças para delatar.
Ele cita o doleiro Wu Yu-Sheng, que morreu em 2020, e o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Em março, durante audiência com o juiz Eduardo Appio, o advogado disse que foi alvo de perseguição por não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu.