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Em discurso de homenagem ao Dia da Mulher, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira (07) que as mulheres foram silenciadas ao longo da história. “Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvida”, afirmou.
A Corte tem na pauta de hoje processos relativos aos direitos das mulheres. Entre eles, a ação que questiona o uso, em processos na Justiça, de estratégias de desqualificação e culpabilização das vítimas de crimes sexuais.
A ministra do STF também falou da necessidade de promoção de paz, especialmente no ambiente doméstico. Ela citou estatísticas de feminicídio no ano passado: 1.700 crimes deste tipo foram consumados.
“Num país que assassina mulheres (…) num país em que as crianças são também assassinadas até mesmo no espaço doméstico, é preciso se dizer que esse país precisa muito que nós todos comecemos a pensar sob o prisma da promoção da paz e não apenas de combate [à violência]. Porque nós estamos descartando o presente e destruindo ilusão com o futuro de humanidades e respeito à vida”, disse Cármen Lúcia.
Atualmente, Cármen Lúcia é a única mulher entre os 11 ministros do STF. Em toda a história centenária do Supremo, ela é uma das 3 mulheres que já foram ministras. As outras duas são as ministras aposentadas Rosa Weber e Ellen Gracie.