O Irã admitiu na madrugada deste sábado, 11, que seus militares derrubaram “não intencionalmente” o avião a jato ucraniano que caiu logo após decolar na última quarta-feira, 8, matando todos os 176 a bordo.
Em comunicado, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, exigiu uma punição para os responsáveis pelo ataque. “Esperamos que o Irã leve os culpados à justiça” e “paguem pelas compensações”, disse em nota. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, também cobrou uma “investigação completa e profunda” e afirmou que a prioridade é “esclarecer o caso com transparência e justiça”.
A declaração iraniana culpa um “erro humano” pela queda. A aeronave foi abatida na quarta-feira, poucas horas depois de o país lançar um ataque de míssil balístico em duas bases no Iraque, onde havia militares dos EUA, em retaliação pelo assassinato do general iraniano Qassim Suleimani em um ataque de drone em Bagdá. Ninguém foi ferido no ataque às bases.
O avião, a caminho da capital ucraniana de Kiev, levava 167 passageiros e nove tripulantes de vários países, incluindo 82 iranianos, 57 canadenses e 11 ucranianos, segundo autoridades.
Em um comunicado divulgado pela imprensa estatal, o exército disse que o jato foi confundido com um “alvo hostil” depois que passou em um “delicado centro militar” da Guarda Revolucionária. O exército estava em seu “nível mais alto de alerta”, diz o documento, após alguns dias de grandes tensões com os Estados Unidos.
“Sob tais condições, devido a um erro humano e involuntariamente, o projétil chegou ao voo”, afirma o texto. O exército pede desculpas pelo desastre e diz que melhorará sistemas para impedir que esses “erros” aconteçam no futuro. O texto também destaca que os responsáveis pelo ataque serão processados/ AP