O ministro do Interior da Turquia, Süleyman Soylu, renunciou ao cargo neste domingo, após a polêmica envolvendo o toque de recolher obrigatório deste fim de semana, anunciado na sexta-feira para reduzir a propagação do coronavírus (Covid-19), mas que provocou aglomerações nas lojas de alimentos.
Pelo Twitter, Soylu se referiu a imagens transmitidas na mesma sexta-feira que mostravam longas filas em frente a lojas de alimentos e estabelecimentos similares, anunciando com apenas duas horas de antecedência que seria imposto um toque de recolher obrigatório de 48 horas após a meia-noite.
Preocupados com o estoque de alimentos, muitos cidadãos não respeitaram a distância social recomendada nem usaram máscaras e, segundo a oposição, “proporcionaram em duas horas um volume de contágio de dois dias”.
“Estas imagens não estão de acordo com um processo bem gerido e, com a minha experiência e a minha parte de responsabilidade neste assunto, não deveríamos ter dado origem a elas”, reconheceu Soylu na mensagem.
Segundo ele, o toque de recolher obrigatório tinha sido decretado “por boa vontade para frear parte do contágio durante o fim de semana”. Na mesma mensagem, pediu desculpas “à nação e ao presidente”, Recep Tayyip Erdogan, ao qual se declarou “leal para toda a vida”.
“Deixo o meu cargo no Ministério do Interior, que honradamente defendi”, conclui a mensagem de Soylu.
O recolher obrigatório está em vigor em 31 das 81 províncias da Turquia, que em conjunto representam quase 80% da população do país. Com 97 novas mortes por Covid-19 divulgadas hoje, o país totaliza 1.198 óbitos desde que registrou a primeira vítima, em 18 de março.
Por EFE