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O tribunal superior da Espanha decidiu que o ex-chefe da espionagem da Venezuela, Hugo Carvajal, deve ser extraditado para os Estados Unidos.
Carvajal enfrenta acusações de tráfico de drogas e colaboração com o grupo terrorista Farc da Colômbia.
Mas ele também poderia ter provas incriminatórias contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, um grande adversário dos Estados Unidos.
Carvajal desentendeu-se com Maduro e fugiu da Venezuela para a Espanha em 2019.
Carvajal negou repetidamente ter qualquer ligação com traficantes de drogas ou os rebeldes das Farc marxistas, e disse que as acusações contra ele têm motivação política.
A decisão do tribunal espanhol segue uma decisão do Ministério do Interior de recusar o asilo a Carvajal. No entanto, esse processo ainda não foi concluído, pois Carvajal pode apelar.
A extradição também pode ser adiada por outro processo judicial em que Carvajal poderá testemunhar.
Envolve o suposto financiamento ilegal da Venezuela ao partido espanhol Podemos.
Carvajal, 61, apelidado de “El Pollo” (A Galinha), foi preso na Espanha no mês passado depois de estar escondido por quase dois anos na sequência de uma decisão anterior do tribunal espanhol que apoiou sua extradição.
Os EUA e o governo do presidente Maduro estão em desacordo há anos, com os EUA impondo duras sanções à Venezuela.
Quem é Hugo Carvajal?
O Gen Carvajal foi o chefe da contra-inteligência militar da Venezuela de julho de 2004 a dezembro de 2011, quando Hugo Chávez era o presidente do país.
Carvajal era partidário do presidente Maduro, mas depois se voltou contra ele
Em 2011, os promotores dos EUA acusaram Carvajal de coordenar pessoalmente um carregamento com destino aos EUA de mais de cinco toneladas de cocaína da Venezuela para o México.
A acusação também o acusou de fazer parte da folha de pagamento de um traficante colombiano e de ter ligações com as Farc.
Ele evitou uma tentativa anterior de extradição dos EUA e serviu novamente como chefe da contra-inteligência militar no governo de Maduro.
Mas em 2019 Carvajal escolheu apoiar o líder da oposição Juan Guaidó como líder da Venezuela e fugiu naquele ano para a Espanha.