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A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira (9), com 78 votos favoráveis, 67 contrários e 3 abstenções, a abertura de uma acusação constitucional – equivalente a um pedido de impeachment – contra o presidente Sebastián Piñera.
O pedido precisava de exatamente 78 votos para seguir adiante – o mínimo para formar maioria na Casa. A votação aconteceu após mais de 20 horas de discussões no plenário.
A acusação contra Piñera ainda precisa ser analisada pelo Senado. Se for aprovada, o presidente deixará o cargo e ficará impedido de exercer funções públicas por 5 anos.
A discussão na Câmara começou às 10h de segunda-feira (08). Piñera é questionado por revelações da investigação jornalística Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que revela transações em paraísos fiscais envolvendo figuras globais da política e dos negócios.
Entre eles, há documentos que parecem delinear um acordo referente à venda em 2010 da mina de Dominga, um projeto abrangente de cobre e ferro no Chile. À época, Piñera, um empresário bilionário, estava no ano inicial de seu primeiro mandato presidencial.
Os documentos do Pandora Paper indicam que o acordo, que envolveu uma firma ligada à família de Piñera, estava contingenciado por um ambiente regulatório favorável – a venda já foi examinada por tribunais em 2017.
Piñera rejeita as acusações e argumenta que os detalhes do contrato estão na ação já analisada e que nenhuma irregularidade foi encontrada.