Nesta quarta-feira (28), o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, anunciou que foram detetados 208 mil novos casos de Covid-19 em França desde terça-feira (27), um novo recorde no país, com os dados de hospitalizações a demonstrarem a eficácia da vacinação.
O anúncio foi feito numa audição na Assembleia Nacional sobre a transformação do “passe sanitário” em “passe vacinal”, uma medida proposta pelo governo de forma a promover a vacinação.
“Tendo em conta os números que registamos, parece-me correto falar numa inundação. Estes são números enormes“, alertou Olivier Véran perante os deputados franceses.
A França volta, assim, a registar um novo máximo diário acima de 200 mil casos, seguindo-se a 180 mil casos na terça-feira, números que só são atenuados, segundo as autoridades francesas, porque 90% da população adulta está vacinada.
“70% dos pacientes nas unidades de cuidados intensivos nos hospitais parisienses não são vacinados. Dos pacientes vacinados nessas unidades, cerca de 80% já apresentavam fatores de risco. Isto mostra a eficácia das vacinas“, reforçou o ministro.
Ao contrário do que estava previsto, as discotecas em França já não vão reabrir no início de janeiro, permanecendo fechadas pelo menos por mais três semanas.
Nos territórios ultramarinos franceses, as autoridades da Reunião anunciaram hoje um recolher obrigatório a partir de 1 de janeiro, entre as 21h00 e as 05h00, que vai aplicar-se durante três semanas pelo menos.
O governo francês reconheceu, na noite de segunda-feira, que os números novos casos diários de Covid-19 podem chegar a 250 mil no início de janeiro, e apresentou novas medidas de combate ao vírus que, devido à variante Ómicron, voltou a colocar em alerta o país.
Entre as principais medidas estão o regresso ao teletrabalho e o cancelamento de todos os concertos previstos para esta época festiva. No entanto, não foram adotadas medidas mais severas, como um recolher obrigatório ou confinamento para as festividades de Ano Novo.
A outra aposta do governo francês é a vacinação e, na terça-feira, foram vacinadas quase 700 mil pessoas, das quais 50 mil pela primeira vez.
A Covid-19 provocou mais de 5.41 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.