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Kiev solicitou ao Ocidente a permanecer “vigilante e firme” em suas negociações com Moscou, um dia depois que o presidente Volodymyr Zelenskyy alertou seus parceiros ocidentais para evitarem provocar “pânico” com o aumento maciço de tropas russas na fronteira.
Na última onda de manobras diplomáticas, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, conversou com seu colega francês Yves Le Drian neste sábado (29).
As conversas sublinharam a necessidade de “abster-se de medidas que possam alimentar a ansiedade” na sociedade ucraniana e “minar a estabilidade financeira” do país pós-soviético, disse um comunicado ucraniano.
A França disse que planeja enviar centenas de tropas para a Romênia, aliada do leste da Otan, como parte de uma missão anunciada pelo presidente Emmanuel Macron no início deste mês.
Le Drian deve visitar a Ucrânia junto com sua colega alemã Annalena Baerbock nos dias 7 e 8 de fevereiro, enquanto o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki deve se encontrar em Kiev na terça-feira para se encontrar com o presidente e o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve falar com o presidente russo, Vladimir Putin, antes de seguir para a região e se juntar ao coro de líderes ocidentais pedindo que ele recue.
Exercícios navais russos na Irlanda
Enquanto isso, o embaixador de Moscou na Irlanda disse que seu país não realizará exercícios navais em águas internacionais no Mar da Irlanda na próxima semana, após um pedido do governo irlandês para realocar a operação.
A Irlanda foi notificada na semana passada de que os exercícios ocorreriam a cerca de 240 km (149 milhas) da costa sudoeste dentro de sua zona econômica exclusiva, mas não em suas águas territoriais, o que significa que foi permitido pelo direito internacional.
O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, disse que os planos não são bem-vindos, principalmente em um momento em que os Estados Unidos e outros aliados ocidentais temem que a Rússia possa estar se preparando para invadir a Ucrânia depois de reunir mais de 100 mil soldados perto de suas fronteiras.
A Rússia, que nega estar planejando uma invasão de seu vizinho, decidiu realocar os exercícios navais como um “gesto de boa vontade” para Dublin e grupos de pesca irlandeses, disse o embaixador Yury Filatov em comunicado.
Coveney disse no Twitter que congratulou-se com a resposta.
‘Sem planos ofensivos’
Além de tropas, a Rússia acumulou equipamentos e forças de apoio ao longo de sua fronteira com a Ucrânia e, mais recentemente, na Bielorrússia, que faz fronteira com a Ucrânia ao norte.
Autoridades ocidentais dizem que a Rússia também reuniu mais recursos aéreos e marítimos na região, criando uma ameaça complexa como nenhuma vista desde a Guerra Fria.
Moscou exigiu amplas garantias de segurança, incluindo que a Ucrânia nunca seja autorizada a ingressar na Otan.
O Ocidente rejeitou as principais demandas da Rússia, como impedir que novos membros se unam à aliança, mas estabeleceu uma série de áreas onde vê espaço para negociar com o Kremlin.
Em uma conversa telefônica com Macron, Putin deixou claro que as respostas escritas do Ocidente às suas demandas nesta semana ficaram aquém das expectativas da Rússia.
“As respostas dos EUA e da Otan não levaram em conta as preocupações fundamentais da Rússia, incluindo a prevenção da expansão da Otan”, disse Putin, de acordo com a leitura da ligação do Kremlin.
Ele acrescentou que o Ocidente ignorou a “questão-chave”, de que nenhum país deve fortalecer sua segurança às custas de outros, acrescentando que a Rússia “estudará cuidadosamente” as respostas, “após o que decidirá sobre outras ações”.
De acordo com um assessor de Macron, Putin disse ao líder francês em uma ligação que durou mais de uma hora que ele “não tinha planos ofensivos”.
Em Washington, Biden, no entanto, disse que em breve enviará um pequeno número de tropas dos EUA para reforçar a presença da Otan na Europa Oriental, à medida que as tensões continuam aumentando.
Os EUA já têm dezenas de milhares de soldados estacionados principalmente na Europa Ocidental.
A Ucrânia se voltou cada vez mais para o Ocidente desde que Moscou tomou a Península da Criméia em 2014 e começou a alimentar um conflito separatista no leste do país que já custou mais de 13.000 vidas.
Diante da mais recente escalada da Rússia, alguns aliados ocidentais – liderados pelos EUA – intensificaram as entregas de armas a Kiev que poderiam ser usadas para evitar um ataque.
Na sexta-feira, soldados ucranianos vestidos com camuflagem de inverno em um campo coberto de neve no extremo oeste do país testaram novos mísseis “matadores de tanques” enviados pela Grã-Bretanha.
FONTE : AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
