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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta quinta-feira (7) que pela primeira vez a aliança de 30 membros considerará a China em sua estratégia de defesa em meio à recusa de Pequim em condenar a guerra da Rússia na Ucrânia.
“Vimos que a China não está disposta a condenar a agressão da Rússia. E Pequim juntou-se a Moscou para questionar o direito das nações de escolherem seu próprio caminho”, disse Stoltenberg durante coletiva de imprensa na sede da Otan em Bruxelas.
“Pela primeira vez, também deve levar em conta como a crescente influência da China e as políticas coercitivas afetam nossa segurança”, acrescentou.
Stoltenberg disse que OTAN anunciará seu novo “conceito estratégico” após a cúpula de Madri em junho.
A aliança procurará fortalecer parcerias com aliados da Ásia-Pacífico em várias áreas, incluindo cibernética, novas tecnologias e combate à desinformação.
Stoltenberg disse que isso, por sua vez, ajudará a Otan e seus aliados a trabalhar mais de perto em segurança marítima, mudança climática e resiliência, observando que “os desafios globais exigem soluções globais”.
O chefe da Otan disse que a aliança continua preocupada principalmente em acabar com a guerra na Ucrânia e entregar mais ajuda não apenas a Kiev, mas a outras nações que também estão sob ameaça da agressão russa, como a Geórgia.
A invasão do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia há sete semanas foi recebida com rápida condenação global.
Nações como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul e membros da OTAN atingiram Moscou com severas sanções.
Mas a China se recusou a denunciar a guerra mortal e condenou o uso de sanções, argumentando que a Otan deveria ouvir as supostas preocupações de segurança de Putin.
No mês passado, os EUA, juntamente com outras 140 nações, votaram com a Assembleia Geral da ONU para aprovar uma resolução histórica condenando a invasão de Putin e exigindo que ele retire suas tropas.
Embora a resolução não tenha validade legal, a China, juntamente com 34 nações, se absteve.
Acredita-se que a China ainda não tenha dado apoio à Rússia na forma de armas militares ou mesmo alívio de sanções, mas os EUA alertaram repetidamente Pequim que haverá “consequências” se ajudar Moscou.