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A Finlândia e a Suécia apresentarão suas propostas para se juntar à Otan na quarta-feira (18), anunciaram os dois países nórdicos, apesar da ameaça da Turquia de bloquear a expansão da aliança militar.
“Estou feliz por termos seguido o mesmo caminho e podermos fazê-lo juntos”, disse a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, na terça-feira, durante uma entrevista coletiva conjunta com o presidente finlandês Sauli Niinisto.
A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros (800 milhas) com a Rússia, e a Suécia foram abaladas pela invasão russa da Ucrânia.
Suas aplicações irão descartar décadas de não-alinhamento militar para se juntar à aliança como uma defesa contra a temida agressão da Rússia.
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou na segunda-feira que a expansão da Otan pode desencadear uma resposta de Moscou.
Mas o principal obstáculo à sua adesão vem de dentro da aliança, apesar de o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, insistir repetidamente que os dois países seriam recebidos “de braços abertos”.
A Turquia acusou a Suécia e a Finlândia de atuarem como foco de grupos terroristas e seu presidente insiste que Ancara não aprovará a expansão.
Qualquer proposta de adesão deve ser aprovada por unanimidade pelos 30 membros da OTAN.
Niinisto disse na terça-feira que estava “otimista” que a Finlândia e a Suécia seriam capazes de garantir o apoio da Turquia.
Andersson e Niinisto devem se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Washington na quinta-feira para discutir suas propostas históricas.
– Aumento do apoio público –
Após uma maratona de debates que durou um dia e meio, 188 dos 200 legisladores finlandeses votaram a favor da adesão à OTAN, uma reversão dramática da política militar de não alinhamento da Finlândia que remonta a mais de 75 anos.
“Nosso ambiente de segurança mudou fundamentalmente”, disse a primeira-ministra finlandesa Sanna Marin ao Parlamento na segunda-feira no início do debate.
“O único país que ameaça a segurança europeia, e agora está travando abertamente uma guerra de agressão, é a Rússia”, disse ela.
A Finlândia passou mais de um século como parte do império russo até conquistar a independência em 1917. Foi então invadida pela União Soviética em 1939.
Os finlandeses travaram uma luta feroz durante a sangrenta Guerra de Inverno, mas foram forçados a ceder uma grande parte de sua província oriental da Carélia em um tratado de paz com Moscou.
De acordo com pesquisas de opinião pública, mais de três quartos dos finlandeses querem se juntar à aliança, quase três vezes mais do que antes do início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O apoio público sueco também aumentou dramaticamente, embora mais baixo do que na Finlândia, em torno de 50%.
A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, assinou a carta de solicitação na terça-feira.
A reviravolta também é dramática na Suécia, que permaneceu neutra durante a Segunda Guerra Mundial e ficou fora das alianças militares por mais de 200 anos.
– Objeções turcas –
Ancara jogou uma chave inglesa nos trabalhos com suas objeções de última hora.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou Helsinque e Estocolmo de abrigar militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O PKK travou uma insurgência de décadas contra o Estado turco.
A Suécia também suspendeu qualquer venda de armas para a Turquia desde 2019 devido à operação militar de Ancara na vizinha Síria.
“Não diremos ‘sim’ àqueles (países) que aplicarem sanções à Turquia para ingressar na Otan”, disse Erdogan na segunda-feira, acrescentando: “Nenhum dos países tem uma posição clara contra as organizações terroristas”.
Fontes diplomáticas disseram à AFP que a Turquia bloqueou uma declaração da Otan na segunda-feira em favor da adesão da Suécia e da Finlândia.
A Suécia e a Finlândia enviaram delegações à Turquia para se reunir com autoridades turcas.
“A Suécia tem o prazer de trabalhar com a Turquia na OTAN e essa cooperação pode fazer parte de nossas relações bilaterais”, disse Andersson, da Suécia, enfatizando que Estocolmo “está comprometida em lutar contra todos os tipos de terrorismo”.
*Com informações de AFP