O Departamento de Justiça dos EUA pediu a um juiz federal que sentencie o conselheiro do ex-presidente Donald Trump, Steve Bannon, a seis meses de prisão por desafiar uma intimação para testemunhar perante um comitê do Congresso que investiga o tumulto no Capitólio dos Estados Unidos.
Os promotores dos EUA recomendaram a sentença na segunda-feira, acusando Bannon de perseguir “uma estratégia de má-fé de desafio e desprezo” e depreciando publicamente o painel que investiga o ataque em 6 de janeiro de 2021.
O Departamento de Justiça também instou o juiz distrital dos EUA Carl Nichols a multar Bannon em US$ 200.000.
“Durante a pendência deste caso, o réu explorou sua notoriedade – por meio de coletivas de imprensa no tribunal e seu podcast na Sala de Guerra – para mostrar ao público a fonte de sua recusa de má-fé em cumprir a intimação do comitê: um total desrespeito ao governo processos e a lei”, escreveu o departamento em seu arquivamento.
As recomendações vêm poucos dias depois que o painel de 6 de janeiro na semana passada votou para intimar Trump em um esforço para obrigar o depoimento do ex-presidente sobre o tumulto no Capitólio e seus esforços para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 nos EUA.
Não está claro se Trump, que denunciou a intimação na semana passada, cumprirá a medida do painel.
A recusa em cumprir uma intimação pode resultar em acusações criminais.
Bannon foi condenado por duas acusações de desacato ao Congresso em julho e será sentenciado por Nichols na manhã de sexta-feira.
Cada acusação é punível com prisão de 30 dias a um ano e multa de US$ 100 a US$ 100.000.
Os advogados de Bannon apresentaram um memorando de sentença na segunda-feira dizendo que seu cliente deveria ser sentenciado apenas a liberdade condicional. Se o juiz insistir no encarceramento, Bannon deveria ter permissão para cumprir sua sentença em casa, e não na prisão, disseram eles.
Em seu comunicado, eles argumentaram que Bannon foi condenado por estatutos regidos por jurisprudência “desatualizada” e que ele contou com a assessoria jurídica de seu advogado ao não comparecer perante o comitê.
“Os fatos deste caso mostram que a conduta do Sr. Bannon foi baseada em sua confiança de boa fé no conselho de seu advogado”, escreveram.
O Departamento de Justiça disse que pediu ao juiz que imponha a taxa máxima de US$ 200.000 devido à “insistência de Bannon em pagar a multa máxima em vez de cooperar com a investigação financeira pré-sentença de rotina do Gabinete de Liberdade Condicional”.
O departamento também expressou frustração por Bannon não ter produzido um “documento único” para o comitê e afirmou que a recusa de Bannon em cooperar com a intimação prejudicou o trabalho do comitê.
“As declarações do réu provam que seu desprezo não visava proteger o privilégio executivo ou a Constituição, mas sim minar os esforços do comitê para investigar um ataque histórico ao governo”, disse o departamento.
