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O primeiro-ministro designado, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quarta-feira (21) que formou com sucesso uma nova coalizão, preparando o terreno para que ele retorne ao poder como chefe do governo israelense de maior direita que já ocupou o cargo.
Netanyahu fez o anúncio em um telefonema para o presidente Isaac Herzog momentos antes do prazo da meia-noite. Seu partido Likud divulgou um breve videoclipe do sorridente Netanyahu e uma gravação da conversa.
“Queria anunciar a vocês que, graças ao incrível apoio público que recebemos nas eleições , consegui formar um governo que cuidará de todos os cidadãos de Israel”, disse Netanyahu.
A mudança ocorreu após semanas de negociações surpreendentemente difíceis com seus parceiros – que ainda precisam finalizar seus acordos de compartilhamento de poder com o partido Likud de Netanyahu. No entanto, Netanyahu disse que pretende concluir o processo “o mais rápido possível na próxima semana”. A data para a tomada de posse não foi anunciada imediatamente.
Mesmo que tenha sucesso, Netanyahu tem pela frente uma tarefa difícil. Ele presidirá uma coalizão dominada por parceiros de direita e ultraortodoxos que pressionam por mudanças dramáticas que podem alienar grande parte da população israelense, aumentar o risco de conflito com os palestinos e colocar Israel em rota de colisão com alguns de seus aliados mais próximos. apoiadores, incluindo os Estados Unidos e a comunidade judaica americana.
Netanyahu já chegou a acordos com algumas das figuras mais controversas da política israelense.
Itamar Ben-Gvir, que já foi condenado por incitação ao racismo e apoio a uma organização terrorista, foi nomeado ministro da Segurança – um novo cargo que o colocará no comando da polícia nacional.
Seu companheiro de chapa, Bezalel Smotrich, um líder de colonos da Cisjordânia que acredita que Israel deveria anexar o território ocupado, deve receber ampla autoridade sobre a construção de assentamentos na Cisjordânia, além de servir como ministro das finanças.
Outro aliado, Avi Maoz, chefe de uma pequena facção religiosa anti-LGBTQ, foi colocado no controle de partes do sistema educacional nacional do país. Maoz, que é abertamente hostil às correntes liberais do judaísmo popular nos EUA, também foi nomeado vice-ministro encarregado da “identidade judaica”.
Na eleição de 1º de novembro, Netanyahu e seus aliados conquistaram a maioria de 64 assentos no Knesset de 120 membros, e ele prometeu formar rapidamente uma coalizão. Mas esse processo acabou sendo mais complicado do que o previsto, em parte porque seus parceiros ultraortodoxos e de extrema direita exigiam garantias firmes sobre o escopo de seus poderes.
Antes que o governo seja empossado, Netanyahu tentará aprovar uma série de leis necessárias para expandir a autoridade de Ben-Gvir sobre a polícia e criar uma nova posição ministerial concedendo a Smotrich poderes na Cisjordânia que no passado eram detidos pela defesa. ministro.
