Pelo menos 185 pessoas foram mortas e outras 1.800 ficaram feridas em três dias de confrontos entre facções rivais no Sudão, de acordo com o representante especial da Organização das Nações Unidas para o Sudão, enquanto o Grupo dos Sete se unia aos apelos pelo fim imediato das hostilidades.
“É uma situação muito fluida, então é muito difícil dizer para onde o equilíbrio está mudando”, disse Volker Perthes na segunda-feira (17) sobre a violência entre o exército e as forças paramilitares lideradas por generais rivais.
Os dois lados estão usando tanques, artilharia e outras armas pesadas em áreas densamente povoadas. Jatos de combate trovejaram no céu e o fogo antiaéreo iluminou os céus enquanto a escuridão caía.
A onda de violência no fim de semana entre os dois principais generais do país, cada um apoiado por dezenas de milhares de combatentes fortemente armados, prendeu milhões de pessoas em suas casas ou onde quer que pudessem encontrar abrigo, com suprimentos acabando em muitas áreas.
A luta pelo poder coloca o general Abdel Fattah al-Burhan, comandante das Forças Armadas, contra o general Mohamed Hamdan Dagalo, chefe das Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar. Os ex-aliados orquestraram em conjunto um golpe militar em outubro de 2021.
“Tiros e bombardeios estão por toda parte”, disse Awadeya Mahmoud Koko, chefe de um sindicato de milhares de vendedores de chá e outros trabalhadores do setor alimentício, de sua casa em um distrito ao sul de Cartum.
Ela disse que um projétil atingiu a casa de um vizinho no domingo, matando pelo menos três pessoas. “Não podíamos levá-los para um hospital ou enterrá-los.”
A violência levantou o espectro de uma guerra civil no momento em que os sudaneses tentavam reviver a busca por um governo democrático e civil após décadas de regime militar.
Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu às partes em conflito que “cessem imediatamente as hostilidades”, alertando que uma nova escalada “poderia ser devastadora para o país e a região”.