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O repórter do Wall Street Journal (WSJ) Evan Gershkovich, que foi preso na Rússia no final de março e acusado de espionagem, permanecerá atrás das grades, confirmou o tribunal de Lefortovo em Moscou nesta terça-feira (23).
“O tribunal deferiu o pedido do investigador para prorrogar o regime de contenção sob a forma de detenção até 30 de agosto”, lê-se num comunicado.
O jornalista de 31 anos foi detido perto de uma instalação militar na cidade russa de Yekaterinburg. O serviço de segurança russo, o FSB, afirma que ele estava solicitando “informações equivalentes a um segredo de estado sobre as atividades de uma das empresas do complexo militar-industrial russo”. Se condenado, ele pode pegar até 20 anos atrás das grades.
O advogado de Gershkovich tentou libertá-lo sob fiança de 50 milhões de rublos (US$ 622.500), que a empresa-mãe do WSJ se ofereceu para pagar, mas o tribunal rejeitou sua moção no mês passado.
A embaixada dos Estados Unidos em Moscou também não teve permissão para fazer uma visita consular a ele. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que isso foi uma retaliação à embaixada que reteve os vistos de jornalistas russos que procuravam acompanhar o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, ao Conselho de Segurança da ONU no mês passado.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, designou oficialmente Gershkovich como “detido injustamente” pela Rússia em abril. O porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, acusou a Rússia de uma “guerra contínua contra a verdade” e insistiu que “jornalismo não é crime”.