O texto de um acordo duramente disputado para aumentar o limite da dívida dos EUA foi divulgado ao público no domingo (28), antes de uma votação esperada no Congresso na quarta-feira. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou que o país pode deixar de cumprir suas obrigações já em 5 de junho se o teto não for aumentado.
A “Lei de Responsabilidade Fiscal de 2023” de 99 páginas aumenta o limite da dívida por dois anos e estabelece limites de gastos discricionários até 2029. Ela estabelece um limite generoso de US$ 886 bilhões para o orçamento de defesa de 2024 e US$ 895 bilhões para 2025, enquanto o orçamento discricionário não militar os programas obtêm apenas US$ 637 bilhões.
O projeto de lei contém relativamente poucos dos cortes de gastos exigidos pelos republicanos, além de rescindir US$ 1,4 bilhão que havia sido alocado ao Internal Revenue Service em uma polêmica expansão desse departamento sob a Lei de Redução da Inflação e recuperar US$ 28 bilhões em fundos não gastos do Covid-19.
Os membros do Congresso têm no mínimo 72 horas para revisar o projeto antes da votação, o que significa que o mais cedo que chegará ao plenário da Câmara é na quarta-feira – embora sua aprovação não seja garantida, com membros de ambos os partidos se opondo a elementos do acordo.
O deputado Chip Roy (R-Texas) descreveu o acordo como um “sanduíche de bosta” no domingo, resumindo os sentimentos dos republicanos que acreditam que aumentar o teto da dívida em US$ 4 trilhões sem cortes significativos é extremamente irresponsável do ponto de vista fiscal.
Enquanto isso, a deputada Pramila Jayapal (D-Washington) disse à CNN americana que os líderes do partido “precisam se preocupar” se o Caucus Progressista do Congresso que ela lidera apoiará o projeto de lei, que expande os requisitos de trabalho para alguns beneficiários do vale-refeição, mas deixa os destinatários do Medicare em paz.
O presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, concordaram com a estrutura básica do acordo no sábado, cada um reivindicando o compromisso como uma vitória de seu partido.
Se o Congresso não conseguir aumentar seu limite de endividamento a tempo, os EUA enfrentariam seu primeiro calote. Dado o status do dólar como moeda de reserva global e o tamanho da dívida – US$ 31,8 trilhões – muitos acreditam que isso desencadearia uma crise global.