Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que a guerra na Ucrânia é “chocante”, mas garantiu que o conflito só não terminou ainda por culpa de Kiev, que acusa de ter proibido, por decreto presidencial, quaisquer negociações para a paz.
Em discurso por videoconferência na cúpula do G20, organizada pela Índia, Vladimir Putin comparou o conflito que está em curso na Ucrânia ao “golpe de Estado sangrento” de Kiev, em 2014, e à “exterminação de civis na Palestina e na Faixa de Gaza”.
“Reconheço que esta guerra (…) é chocante. Mas o golpe de Estado sangrento na Ucrânia, em 2014, seguido da guerra do regime de Kiev contra a população do Donbass? Não é chocante? E a atual exterminação da população civil na Palestina e na Faixa de Gaza, não é chocante? Não é chocante que os médicos tenham de submeter crianças a cirurgias (…) sem anestesia? Não é chocante que o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] tenha dito que Gaza se transformou num enorme cemitério de crianças?”, questionou, citado pela Ria Novosti.
Vladimir Putin aproveitou esta reunião dos líderes do G20 para afirmar que é preciso pensar numa forma de pôr fim à “tragédia” do conflito na Ucrânia, garantindo que a Rússia nunca recusou estabelecer quaisquer conversações de paz com Kiev. Pelo contrário, diz: quem está a colocar entraves à paz na Ucrânia é o próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que no ano passado assinou um decreto no qual refere a impossibilidade de estabelecer um diálogo com o homólogo russo (embora sem fechar a porta a eventuais discussões com a Rússia nesse sentido).
Vladimir Putin aproveitou também para discutir questões geopolíticas mais alargadas, apontando que grande parte da atividade económica está a transferir-se para os continentes asiático e africano, o que, disse, está a provocar uma turbulência na economia global.
“Estes problemas económicos são consequência de uma política mal pensada”, acusou Vladimir Putin, citado pela Reuters. Para o chefe de Estado russo, este contexto económico só poderá ser ultrapassado mediante decisões tomadas em consenso entre os líderes mundiais.
Vladimir Putin anunciou ainda que a Rússia enviou o primeiro carregamento de cereais com destino a África, sem qualquer custo. Isto depois de Moscovo ter cancelado, em julho passado, a sua participação no acordo para a exportação de cereais ucranianos através dos portos do Mar Negro.