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O presidente argentino, Javier Milei, enviou cartas oficiais a Xi Jinping e Vladimir Putin anunciando que a Argentina está se retirando do fórum multilateral BRICS. A decisão de Milei representa uma virada geopolítica radical do país, que até o final de 2023 era membro do bloco.
O BRICS é um grupo de cinco países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O bloco é visto como uma alternativa aos países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Europa.
A Argentina foi aceita no BRICS em agosto de 2023, durante uma cúpula do bloco realizada em Joanesburgo. A decisão foi apoiada por Xi Jinping, mas não por todos os outros membros do bloco. O Brasil e a África do Sul, por exemplo, não queriam um parceiro concorrente no Sul Global.
A decisão de Milei de abandonar o BRICS é uma resposta a essa oposição. O presidente argentino é um defensor do livre mercado e da democracia liberal. Ele acredita que os países emergentes devem alinhar-se aos Estados Unidos e à Europa, em vez de formar blocos alternativos.
A decisão de Milei também é uma resposta à guerra na Ucrânia. O presidente argentino condenou a invasão russa e se alinha aos EUA e à Europa na pressão contra a Rússia.
O anúncio também representa uma guinada na política externa, alinhando-se com uma postura crítica em relação a regimes como Cuba, Nicarágua e Venezuela. A carta de retirada, redigida pela chancelaria e assinada por Milei, foi enviada aos líderes mencionados, confirmando a decisão da Argentina de não fazer mais parte do BRICS a partir de 1º de janeiro.