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Os Estados Unidos rejeitaram nesta quarta-feira (3) as sugestões de que estariam por trás das explosões mortais no Irã no túmulo do comandante da Guarda Revolucionária Qasem Soleimani, morto há quatro anos num ataque dos EUA.
“Os Estados Unidos não estiveram envolvidos de forma alguma e qualquer sugestão em contrário é ridícula”, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, em conferência de imprensa.
Miller observou que os Estados Unidos conversam com autoridades israelenses “várias vezes ao dia”, mas não quis revelar o conteúdo dessas trocas.
As explosões ocorreram nesta quarta-feira no cemitério da cidade iraniana de Kerman, onde se comemorou o quarto aniversário da morte de Soleimani, considerado no Irã um mártir da revolução e morto num ataque dos EUA.
O porta-voz do Departamento de Estado sublinhou que “é muito cedo” para saber quem está por trás do ocorrido, indicou que os Estados Unidos não têm “informações independentes” a este respeito e apresentou as suas condolências às vítimas daquela “horrível explosão”.
Pelo menos 103 mortos
Pelo menos 103 pessoas morreram e 141 ficaram feridas nas duas explosões ocorridas na cidade de Kerman durante um evento comemorativo do quarto aniversário da morte do general Qassim Soleimani, chefe da elite iraniana Força Quds que perdeu a vida no bombardeio de um comboio nas proximidades do aeroporto de Bagdá, em janeiro de 2020.
A televisão estatal do regime teocrático disse que duas explosões foram ouvidas perto do cemitério de Soleimani. As autoridades iranianas classificaram o incidente como um ato terrorista.
Segundo a agência oficial IRNA, a primeira explosão ocorreu a 700 metros do túmulo do general Soleimani e a segunda ocorreu a um quilômetro dele.
Por seu lado, a agência noticiosa iraniana Tasnim, citando fontes bem informadas, informou que as bombas que detonaram perto do túmulo do general foram ativadas por controle remoto.
“Dois sacos de bombas explodiram” no local, disse a agência, considerada próxima do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, cuja Força Quds era liderada por Soleimani antes do seu assassinato em 2020.
As explosões dispersaram as numerosas pessoas que se encontravam no cemitério de Kerman e as ambulâncias correram para levar os feridos aos hospitais da cidade, segundo o relato da agência iraniana.
Reza Fallah, chefe do Crescente Vermelho da província de Kerman, disse à IRNA que até agora cerca de 170 feridos foram levados a hospitais.
Fallah também disse que uma forte explosão foi ouvida e que as autoridades estão examinando o que a causou.
Hamas nega envolvimento
Na semana passada, o regime iraniano disse que os ataques do Hamas a Israel eram uma “vingança” pela morte do general Qassem Soleimani.
O porta-voz da Guarda Revolucionária, Ramzan Sharif, observou que “a ‘Inundação de Al Aqsa’ (nome da operação do Hamas) foi uma das vinganças pelo assassinato de Soleimani pelos Estados Unidos e pelos sionistas”.
Mais tarde, o Hamas negou a versão iraniana.
“Negamos a validade do que foi afirmado pelo porta-voz da Guarda Revolucionária Iraniana, Ramzan Sharif, sobre a operação ‘Inundação de Al Aqsa’”, afirmou um comunicado do grupo terrorista.
“Declaramos repetidamente os motivos e razões da operação, sendo o principal deles as ameaças perigosas contra a mesquita de Al Aqsa”, sublinhava o texto, segundo noticiou a agência noticiosa palestina Maan. Neste sentido, sublinhou que “qualquer resposta da resistência palestina surge como uma reação à ocupação e agressão (por parte das autoridades israelitas) contra o povo palestino e os seus lugares sagrados”.
