O presidente do Museu do Holocausto em Jerusalém, Dani Dayan, condenou veementemente as declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza. Em entrevista coletiva após sua participação na Cúpula da União Africana, Lula comparou o conflito à matança de judeus na Alemanha nazista, afirmando que o Exército israelense comete genocídio contra os palestinos.
Dayan classificou as palavras de Lula como “vergonhosas” e uma “escandalosa combinação de ódio e ignorância”. Ele salientou que a comparação com o Holocausto é “profundamente ofensiva” e demonstra um “completo desrespeito” pelas vítimas do nazismo.
“As atrocidades cometidas contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial foram únicas na história da humanidade”, disse Dayan. “Comparar a situação em Gaza ao Holocausto é não apenas falso, mas também extremamente prejudicial à memória das vítimas e à luta contra o antisemitismo.” (Veja a íntegra da declaração no final da matéria).
A declaração de Lula gerou forte reação na comunidade judaica internacional. Diversas entidades, incluindo a Confederação Israelita do Brasil (CONIB), repudiaram as palavras do presidente e exigiram retratação.
O governo israelense também se manifestou sobre o caso. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou Lula de “cruzar uma linha vermelha” e de “propagar mentiras e incitação ao ódio”.
Eis a íntegra da declara do presidente do Museu do Holocausto em Jerusalém:
As vergonhosas palavras do @LulaOficial são uma escandalosa combinação de ódio e ignorância. De acordo com a definição da @TheIHRA esta é uma clara expressão antissemita.
Comparar um país que luta contra uma organização terrorista assassina com as acções dos nazis no Holocausto merece toda a condenação. É triste que o presidente do Brasil desça a um ponto tão baixo de extrema distorção do Holocausto.