O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse que 70% da capital gaúcha enfrenta escassez de água. Sessenta e cinco bairros estão sem abastecimento ou recebendo água em baixa pressão. Melo disse estar preocupado com a queda de temperatura prevista para os próximos dias. Segundo a meteorologia, as temperaturas devem oscilar em torno dos 10 graus a partir de quarta-feira (8) em todo o estado. A declaração foi feita durante uma entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), e uma comitiva federal.
Quatro das seis estações de tratamento de água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre foram interrompidas devido ao avanço das inundações no último sábado, dia 4. As autoridades apelam à população que economize água.
Melo criticou a burocracia e pediu que o envio de recursos seja realizado de forma excepcional. “O sistema tradicional de emergência nunca funcionou no Brasil da burocracia. Se continuar assim, não funcionará”, disse ele. “Não adianta dizer que tem dinheiro se o dinheiro não chega”, acrescentou. O prefeito afirmou que a queixa se estendia ao governo estadual e federal.
O nível do Rio Guaíba atingiu um recorde, ultrapassando 5,3 metros (a cota de inundação é de 3 metros). A cidade também enfrentou vários pontos de falta de energia elétrica, além da inundação da rodoviária e da suspensão das operações do Aeroporto Salgado Filho.
O prefeito também fez um apelo ao governo federal por recursos e equipamentos para operações de resgate. “Estão faltando barcos, estão faltando botes; estão faltando coletes”, disse ele. “Não podemos esperar dois dias. Deve ser hoje, agora.”
Voluntários e equipes de resgate têm se mobilizado para realizar salvamentos, utilizando jipes, barcos e jet skis, atendendo a pedidos compartilhados nas redes sociais.