Benny Gantz, líder da oposição israelense e membro do gabinete de segurança, reconheceu nesta quarta-feira (21) que nos últimos dias as autoridades israelenses receberam “sinais” indicando a possibilidade de avançar para um novo acordo com o grupo terrorista palestino Hamas para a libertação de reféns.
“Nos últimos dias, houve tentativas de promover um novo esquema, e há sinais iniciais indicando a possibilidade de avançar. Não deixaremos de buscar o caminho e não perderemos nenhuma oportunidade para trazê-los de volta para casa”, disse o ex-ministro da Defesa israelense durante uma coletiva de imprensa em Tel Aviv, conforme registrado pela Kan.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se opôs na semana passada ao envio de uma delegação para uma nova rodada de negociações na capital do Egito, Cairo, para a libertação de reféns. Essa decisão gerou descontentamento em Gantz e outros membros do gabinete de segurança estabelecido após os ataques do Hamas em 7 de outubro.
Por outro lado, Gantz destacou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) lançarão uma nova ofensiva sobre a cidade de Rafah – localizada no sul da Faixa de Gaza e lar de 1,3 milhão de palestinos – assim que a evacuação da população local for confirmada, presumivelmente para o norte do enclave.
“Estamos diante de uma operação em Rafah que começará depois que a população for evacuada da área. A importância da purificação de Rafah é a capacidade de prejudicar as forças do Hamas que operam lá e a necessidade de demarcar a Faixa de Gaza”, disse o presidente do partido Unidade Nacional.
O primeiro-ministro Netanyahu informou no início de fevereiro que havia dado a ordem ao exército para preparar o terreno para a evacuação da população de Rafah como uma antessala para uma campanha militar sobre uma das poucas cidades palestinas em que as forças israelenses ainda não haviam operado.
Ataques também durante o Ramadã
Por outro lado, Gantz advertiu que, se não houver um plano para o retorno dos reféns antes do mês do Ramadã – que este ano será celebrado a partir de 10 de março -, as Forças Armadas israelenses operarão na Faixa de Gaza também durante essas datas festivas para os muçulmanos.
“Se não houver um plano de reféns, também agiremos durante o Ramadã (…) Em qualquer situação, continuaremos lutando com a intensidade necessária até eliminar a ameaça do Hamas”, enfatizou.
Sobre as celebrações do Ramadã e as recentes declarações do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que defendeu a restrição de acesso à Esplanada das Mesquitas durante essas datas, Gantz observou que o gabinete de segurança se opõe a tal extremo.
De acordo com Gantz, em contraposição ao próprio Netanyahu, o gabinete de segurança está apenas considerando a possibilidade de proibir o acesso a indivíduos específicos que representem uma ameaça à segurança.
Por fim, o ministro do gabinete de segurança adiantou que as autoridades israelenses estão “examinando uma série de opções” para que a ajuda humanitária entregue à Faixa de Gaza seja transferida por meio de “uma administração internacional de países árabes moderados com o apoio dos Estados Unidos”.
“Atualmente, estamos promovendo planos-piloto de transferência de ajuda por meio de entidades, organizações e países de tal forma que garantam que o Hamas não se aproprie dela. Nosso objetivo e o objetivo dos países doadores são os mesmos: ajudar os residentes e não os terroristas”, afirmou.
(Com informações da Europa Press)