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O Papa Francisco presidiu nesta sexta-feira (29) um serviço religioso de Sexta-Feira Santa na Basílica de São Pedro, porém mais tarde cancelou sua participação na Via Sacra no Coliseu de Roma para marcar o dia mais sombrio do calendário cristão, que assinala a morte de Jesus por crucificação.
“Para preservar a saúde em vista da vigília de amanhã e da Santa Missa do Domingo de Páscoa, esta tarde o Papa Francisco seguirá a Via Sacra do Coliseu a partir da Casa Santa Marta”, indicou o Vaticano em um breve comunicado minutos antes do início do ritual.
Francisco, de 87 anos, tem enfrentado alguns problemas respiratórios recentemente, mas ontem presidiu aparentemente sem problemas a missa de Quinta-Feira Santa em uma prisão feminina de Roma e hoje a cerimônia da paixão de Cristo na basílica de São Pedro.
A decisão do Papa foi de última hora, pois foi colocada uma cadeira no local de onde deveria seguir a Via Sacra na colina do Palatino, em frente ao Coliseu, onde ocorre esta cerimônia por ser o símbolo da perseguição aos primeiros cristãos.
Francisco escreveu pessoalmente as meditações deste ano, uma novidade em seus 11 anos de papado. Elas incluem elogios à mansidão e ao perdão em resposta aos atos de maldade, e orações pelos cristãos perseguidos e pelas vítimas da guerra.
O Papa, que pediu para que a Igreja seja menos dominada pelos homens, também elogiou as mulheres que ajudaram Jesus enquanto carregava a cruz, e suplicou por “aquelas (mulheres) que nos dias atuais são exploradas e suportam a injustiça e a indignidade”.
Em outro sinal de sua atenção às mulheres, Francisco realizou na quinta-feira o ritual do lava-pés, que recorda o gesto de humildade de Jesus a seus apóstolos na Última Ceia, em uma prisão feminina de Roma.
A Sexta-Feira Santa conduz ao domingo de Páscoa, a data mais importante e alegre do calendário litúrgico da Igreja, que celebra o dia em que os cristãos acreditam que Jesus ressuscitou dentre os mortos.
Francisco presidirá a Vigília Pascal no sábado e no domingo celebrará a Missa de Páscoa e lerá sua mensagem dupla e a bênção “Urbi et Orbi” (para a cidade e para o mundo) do balcão central de São Pedro.
O Pontífice, de 87 anos, com problemas de mobilidade e respiratórios, mas que esta semana parecia mais em forma, chegou a São Pedro em uma cadeira de rodas, junto com cardeais e bispos, para a cerimônia da Paixão do Senhor da Sexta-Feira Santa.
Em anos anteriores, Francisco iniciava a cerimônia prostrado sobre o mármore da basílica, mas seu estado físico já não permite mais. Em seu lugar, ele rezou em silêncio diante do altar de sua cadeira de rodas.
A Paixão do Senhor inclui cânticos em latim que narram os eventos desde a prisão de Jesus até seu enterro, e é um dos poucos serviços nos quais o Papa não pronuncia uma homilia, deixando-a nas mãos do pregador da casa pontifícia.
A Via Sacra do Papa Francisco vai se concentrar na guerra e na violência contra as mulheres.
As meditações escritas pela primeira vez pelo Papa Francisco para o tradicional Via Sacra que acontece hoje, Sexta-Feira Santa, no Coliseu de Roma, serão um diálogo com Jesus em um mundo onde prevalece “a loucura da guerra”, “a violência contra as mulheres” e onde “basta um teclado para escrever sentenças”.
O Vaticano publicou hoje as meditações escritas à mão por Francisco e que ressoarão esta noite no anfiteatro romano, símbolo das perseguições aos cristãos nos primeiros tempos, e que, como já anunciado pelo Vaticano, são “um ato de meditação e espiritualidade, com Jesus no centro” e, portanto, “a referência à atualidade será menos direta do que a expressada nos anos anteriores”.
Nas 14 estações do Via Sacra , o Papa estabelece um diálogo com Jesus com perguntas, reflexões e súplicas diante das experiências do dia a dia, como quando “vivemos dores, decepções, feridas, fracassos e cruzes que também carregamos”, mas às vezes apenas “nos afundamos no vitimismo”.
Francisco assegura em suas reflexões que a “infâmia e o desprezo”, que Jesus sofreu, é algo que acontece hoje em dia quando “um teclado é suficiente para insultar e publicar sentenças”.
Também reflete sobre “quando voltamos a cair em nossos erros e pecados quando nos escandalizamos com os outros e depois percebemos que não somos diferentes”.
Na oitava estação, quando ‘Jesus encontra as mulheres de Jerusalém’, para Francisco é a oportunidade de instar a “reconhecer a grandeza das mulheres, as que na Páscoa foram fiéis a você e não o abandonaram, as que ainda hoje continuam sendo descartadas, sofrendo ultrajes e violência”.
E neste momento, o Papa também reflete sobre “se choramos diante da loucura da guerra, diante dos rostos das crianças que já não sabem sorrir, diante de suas mães que as veem desnutridas e famintas sem terem sequer mais lágrimas para derramar”.
E Francisco pede: “Tu, Jesus, choraste por Jerusalém, choraste pela dureza de nossos corações. Sacode-me por dentro, dá-me a graça de chorar rezando e de rezar chorando”.
Quando Jesus é retirado da cruz e entregue a Maria, o Papa observa que “vivemos em um tempo impiedoso e precisamos de compaixão” e pede à Virgem: “Unga-nos com mansidão; desfaça as resistências do coração e os nós da alma”.