Os rebeldes houthis do Iêmen reivindicaram, neste domingo, uma série de ataques com mísseis e drones realizados nas últimas 72 horas contra cinco embarcações que navegavam entre os mares Vermelho e Arábico, e o oceano Índico, identificadas como um navio britânico, dois israelenses e duas fragatas americanas.
“Operação de ataque realizada com sucesso através de vários mísseis balísticos alcançando seus objetivos, graças a Deus”, disse o porta-voz houthi, Yahya Sarea, em um discurso televisionado. “Continuaremos impedindo a navegação israelense no mar Vermelho, mar Arábico e oceano Índico até que a agressão cesse e o cerco a Gaza seja levantado”, acrescentou, durante a aparição coincidindo com seis meses de guerra na Faixa de Gaza.
Sarea afirmou que atacaram no mar Vermelho o navio ‘Hope Island’, identificado como “britânico”, embora navegue com a bandeira das Ilhas Marshall, “com uma série de mísseis navais adequados, e o impacto foi direto”.
Também atacaram “com uma série de mísseis balísticos e de cruzeiro” o navio ‘MSC Grace F’, no oceano Índico, e, no mar Arábico, o ‘MSC Gina’, ambos com bandeira panamenha e identificados pelos houthis como “israelenses”.
Segundo Sarea, esses dois navios estavam indo para “portos da Palestina ocupada” e incluíram esse ataque como parte de suas operações contra navios supostamente ligados a Israel e no contexto de suas ações contra a guerra na Faixa de Gaza.
Além disso, o porta-voz houthi disse que suas forças também atacaram várias fragatas americanas com drones no mar Vermelho.
De acordo com o porta-voz militar houthi, o ataque “alcançou seus objetivos com sucesso”, embora não tenha especificado possíveis danos, e nenhuma informação sobre esses ataques tenha sido divulgada pelos navios afetados até o momento.
Israel, Estados Unidos e Reino Unido não se pronunciaram sobre os ataques, embora a Agência britânica de Operações de Comércio Marítimo, a UKMTO, tenha alertado neste domingo que dois navios, não identificados, foram atacados com três mísseis nas últimas 24 horas no mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb, sem registro de vítimas ou danos, após um período de relativa calma na rota marítima.
A força naval indicou que um míssil atingiu hoje perto de uma embarcação a sudoeste da província sul iemenita de Aden, que não foi identificada, mas não causou danos.
Por outro lado, a Marinha também registrou ontem outro ataque com dois mísseis, um dos quais foi interceptado pela coalizão naval internacional – liderada pelos Estados Unidos -, enquanto o segundo atingiu perto da embarcação e em frente ao porto de Al Hudayda, um dos mais importantes do Iêmen.
Ambos os lançamentos, até o momento não reivindicados, ocorreram diante de áreas da costa iemenita controladas pelos rebeldes houthis xiitas – apoiados pelo Irã -, que anunciaram a autoria de cerca de 90 ataques contra navios que se dirigem aos portos israelenses.
Em 4 de abril, o líder máximo houthi, Abdulmalek al-Huti, afirmou em um discurso televisionado que “o número total de navios atacados chegou a 90, com o reconhecimento por parte dos americanos e britânicos de sua total incapacidade de impedir os ataques”.
Os houthis começaram sua ofensiva em solidariedade à Palestina contra navios ligados a Israel, e posteriormente contra Estados Unidos e Reino Unido, que atacam o território iemenita em “legítima defesa”.
Esses ataques obrigaram as grandes transportadoras a desviar suas rotas do mar Vermelho para o Cabo da Boa Esperança (África do Sul), afetando o comércio internacional.
(Com informações de EFE e Europa Press)
