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O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela realizará na sexta-feira (2), às 15h (horário de Brasília), a auditoria dos resultados das eleições que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), reelegeram o ditador socialista Nicolás Maduro para um terceiro mandato.
Os 10 candidatos à presidência, incluindo o principal opositor Edmundo González Urrutia, foram convocados para assistir à verificação, solicitada por Maduro após repetidas contestações do resultado. Ele pediu à Câmara Eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça que esclareça o que chamou de “tentativa de golpe de Estado” e “ataque contra o processo eleitoral”.
Maduro também solicitou que a Câmara convoque instituições, candidatos presidenciais inscritos e partidos políticos para comparar o que ele descreve como “ataque” e “elementos de prova”, afirmando estar pronto para apresentar todas as atas em sua posse. Ele confirmou presença na auditoria e espera que todos os candidatos compareçam, questionando quem não comparecerá.
De acordo com o CNE, Maduro venceu as eleições com 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González obteve 44,2%. Com isso, Maduro foi reconduzido para um novo mandato de seis anos, de janeiro de 2025 a janeiro de 2031. No entanto, a oposição contesta os números, alegando falta de transparência do órgão eleitoral.
A líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que a oposição já tem como provar que Edmundo González é o verdadeiro presidente eleito, alegando acesso a 73,2% das atas eleitorais que comprovariam a vitória de González.
Segundo Machado, mesmo que o CNE atribua todos os votos restantes a Maduro, isso não seria suficiente para superar a diferença. De acordo com dados divulgados pela oposição, González teria obtido 6.275.182 votos, enquanto Maduro teria recebido 2.759.253 votos.
Machado anunciou a criação de um site robusto para reunir esses dados. Durante a coletiva de imprensa, González declarou que possuem as atas que demonstram seu triunfo categórico e irreversível, agradecendo à comunidade internacional pelo apoio e pedindo calma e firmeza aos setores democráticos.
Houve protestos em Caracas na segunda-feira, com confrontos com a polícia. González afirmou que há um esforço para desmoralizar a vontade de mudança do povo, enquanto o CNE não publicou os resultados detalhados por colégio eleitoral e mesa de votação. As atas que contêm esses resultados já circulam na internet, disponíveis para consulta após o anúncio da criação do site por Corina Machado.