A Nicarágua decidiu expulsar o embaixador brasileiro Breno Souza da Costa, em Manágua, na quarta-feira (7), conforme noticiado pela imprensa local. Embora a decisão ainda não tenha sido formalmente comunicada ao governo brasileiro, fontes indicam que a medida já foi tomada.
A possível motivação para essa ação diplomática foi a ausência do embaixador brasileiro na celebração do aniversário da Revolução Sandinista, realizada em 19 de julho. A ausência de Breno Souza da Costa teria irritado o presidente Daniel Ortega, que está no poder desde 2007.
O Itamaraty informou que a ausência do embaixador no evento foi devido ao congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. Esta decisão do governo Lula foi uma resposta à perseguição do governo de Ortega a padres e bispos. O Brasil vem pedindo a libertação desses religiosos, detidos desde 2022.
A expulsão de um embaixador é um ato grave nas relações diplomáticas e pode sinalizar uma escalada nas tensões entre os dois países. Breno Souza da Costa, que iniciou sua missão na Nicarágua em 2022, ainda permanece em Manágua.
Ortega, um ditador e ex-guerrilheiro do movimento sandinista dos anos 1970, já governou o país nos anos 1980 após seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubar o ditador Anastasio Somoza em 1979, evento conhecido como a Revolução Sandinista. Embora os sandinistas tenham perdido as eleições em 1990, Ortega retornou ao poder em 2007 e, desde então, é acusado de nepotismo e de estabelecer uma ditadura. Ele, porém, alega que seu governo é do povo e defende a soberania da Nicarágua contra “ataques” dos Estados Unidos.