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O Irã insinuou, nesta segunda-feira, que pode mudar sua doutrina nuclear – que determina um uso exclusivamente civil dessa energia – “para se defender”, em meio a uma escalada de tensões devido aos ataques de Israel na região.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ismail Baghaei, fez essa afirmação durante sua coletiva de imprensa semanal, quando foi questionado sobre os últimos comentários das autoridades a respeito da questão nuclear, incluindo as declarações do líder supremo, Alí Khamenei.
“Nossa posição oficial sobre a proibição da fabricação de armas de destruição em massa é clara, mas, como disse o líder em seu discurso, faremos o necessário para nos defendermos”, afirmou Baghaei.
O diplomata também declarou que o Irã se “equipará com tudo que for necessário para defender o país”.
Khamenei afirmou no sábado que fará “o que for necessário para preparar a nação iraniana na confrontação com a arrogância (dos Estados Unidos e de Israel), seja militar, armamentista ou politicamente”, em resposta a um estudante que perguntou sobre uma possível mudança na doutrina nuclear do país.
A máxima autoridade política e religiosa do Irã emitiu uma fatwa (decreto religioso) em 2003 que declarou como “haram” (proibido) as armas nucleares e biológicas. Desde então, o Irã tem afirmado que seu programa nuclear tem um fim exclusivamente civil.
Na mesma linha, o conselheiro de Khamenei, Kamal Kharrazi, disse na sexta-feira que Teerã poderia mudar sua doutrina nuclear caso tenha que enfrentar “uma ameaça existencial”, em uma entrevista ao canal de televisão libanês Al Mayadeen.
Além disso, no início de outubro, 39 parlamentares iranianos pediram ao Conselho Supremo de Segurança Nacional que reconsiderasse a doutrina de defesa da República Islâmica diante da ameaça israelense.
Os parlamentares – de um total de 290 – argumentaram que a fatwa emitida por Khamenei, que proíbe a fabricação e o uso de armas de destruição em massa, pode ser alterada conforme as condições.
Essas discussões sobre a questão nuclear ocorrem em meio a confrontos diretos com Israel, que matou cinco iranianos em um ataque recente contra o Irã, que prometeu vingança e já bombardeou o Estado judeu no início do mês com cerca de 180 mísseis.
Essas declarações coincidem com um endurecimento do tom das autoridades iranianas contra Israel nos últimos dias, onde vários porta-vozes afirmaram que responderão com “fúria” ao ataque israelense de sábado contra alvos militares que resultou em cinco mortes.
O programa nuclear iraniano avançou consideravelmente nos últimos anos após o colapso do acordo nuclear firmado em 2015, embora o país não possua armas nucleares.
De acordo com o relatório mais recente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), divulgado em agosto em Viena, o Irã produz urânio altamente enriquecido, com até 60% de pureza, um material que tem poucos usos civis, mas significativos usos militares.
(Com informações da EFE)