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O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta uma crise política sem precedentes após a destituição do primeiro-ministro Michel Barnier, aprovada por moção de censura na quarta-feira (04). Barnier, que ocupava o cargo há apenas três meses, teve seu governo encerrado por uma união inédita entre a esquerda e a direita no Parlamento.
Na manhã desta quinta-feira (5), Barnier apresentou sua carta de renúncia a Macron, que aceitou o pedido, mas solicitou que o ex-premiê permanecesse no posto até que um sucessor seja definido. A decisão sobre um novo nome deve ser anunciada até o fim de semana, segundo fontes do governo ouvidas pela agência Reuters.
A moção de censura, que exigia ao menos 288 votos para ser aprovada, recebeu o apoio de 331 dos 574 deputados franceses. A insatisfação com a indicação de Barnier, político de centro-direita e ex-negociador do Brexit, foi impulsionada pela rejeição do Orçamento proposto pelo governo e pelo contexto econômico delicado do país.
A França vive um momento de instabilidade econômica, com o prêmio de risco de sua dívida se aproximando de níveis críticos, comparáveis aos da Grécia. Além disso, a crise política na Alemanha e a antecipação de eleições legislativas em fevereiro agravam o cenário europeu, em meio à expectativa do retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
Após as eleições parlamentares de junho, o bloco da esquerda, liderado pela Nova Frente Popular (NFP), venceu, mas sem alcançar maioria absoluta. Macron, que perdeu a maioria parlamentar em 2022, rejeitou uma aliança com a esquerda e nomeou Barnier como premiê em nome da “estabilidade”. O movimento gerou protestos e articulações entre a esquerda e a direita para derrubá-lo.
A queda de Barnier marca o governo mais curto da história recente da França e é a primeira vez, desde 1962, que um primeiro-ministro é destituído por moção de censura.
A destituição de Barnier aprofunda a divisão na Assembleia Nacional, que segue fragmentada entre três blocos irreconciliáveis: esquerda, centro-direita e direita. Cabe agora a Macron decidir entre negociar com as forças opositoras ou indicar um novo nome, decisão que pode acirrar ainda mais os ânimos no Parlamento e desgastar seu governo.
Macron deve fazer um pronunciamento nas próximas horas para apresentar seus próximos passos diante do impasse político. Analistas consideram que o desenrolar da crise será determinante para o futuro do governo e para a estabilidade da União Europeia.