Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
As autoridades do Irã confirmaram nesta quarta-feira (25) a morte de Ali Shadmani, chefe de operações do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas e comandante da base aérea Khatam ol Anbiya, em decorrência dos ataques israelenses realizados na semana passada. A informação foi divulgada pela Oficina do Líder Supremo iraniano em comunicado veiculado pela imprensa oficial.
Segundo o texto, Shadmani morreu “devido aos ferimentos graves sofridos no bombardeio do infame e agressor regime sionista (Israel) que ocorreu na semana passada”.
O exército de Israel havia anunciado a morte do militar ainda em 17 de junho, após um ataque aéreo realizado no centro de Teerã. De acordo com o comunicado israelense, “com base em informações precisas da Divisão de Inteligência e uma oportunidade súbita durante a madrugada, caças da Força Aérea atacaram um quartel-general no coração de Teerã, matando Ali Shadmani”.
Shadmani havia assumido o comando da base Khatam ol Anbiya após a morte do general Gholam Ali Rashid, em ataques israelenses ocorridos na madrugada de 13 de junho, que causaram baixas significativas na cúpula militar do Irã. Antes da promoção, Shadmani era vice-comandante da base e responsável pela Diretoria de Operações do Estado-Maior.
Além de Shadmani, 35 militares da Força Aérea iraniana teriam morrido nos bombardeios contra instalações militares e infraestruturas relacionadas ao programa nuclear iraniano. Segundo números oficiais do governo do Irã, 627 pessoas morreram nos ataques. Já a ONG Hrana, com sede nos Estados Unidos, fala em 1.054 mortos, sendo 318 deles militares.
Israel fala em “dano sistêmico” ao programa nuclear
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, afirmou que os bombardeios realizados ao longo dos últimos 12 dias causaram danos sistêmicos ao programa nuclear iraniano, atrasando significativamente seu avanço.
“O dano ao programa nuclear não foi localizado, mas sistêmico”, disse Zamir em mensagem por vídeo. “O resultado acumulado nos permite afirmar que o projeto nuclear do Irã sofreu danos graves, amplos e profundos, com um atraso de anos.”
A Comissão de Energia Atômica de Israel também declarou que a planta de enriquecimento de Fordo, no Irã, ficou “inutilizada” após um ataque dos Estados Unidos. Segundo a entidade, a ofensiva israelense foi capaz de frear a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares “por muitos anos”.
Zamir ainda ressaltou que houve coordenação constante com o exército dos Estados Unidos, algo que classificou como “um ativo estratégico para o Estado de Israel”. Ele destacou, no entanto, que, apesar do fim da operação, a campanha contra o programa nuclear iraniano ainda não terminou.
Divergência sobre o impacto dos ataques
Apesar das declarações israelenses, relatórios de inteligência dos EUA obtidos por veículos internacionais indicam que o impacto real dos bombardeios teria sido mais limitado, resultando apenas em um atraso de alguns meses no programa nuclear iraniano. Segundo esses documentos, parte do urânio altamente enriquecido, considerado essencial para a produção de armas nucleares, teria sido transferido e protegido antes dos bombardeios norte-americanos.
O episódio marca mais uma escalada no conflito entre Israel e Irã, com ambos os lados trocando acusações e intensificando os confrontos no plano militar e diplomático.
(Com informações da EFE)
