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O Banco Central Europeu (BCE) encerrou nesta quinta-feira (26) o ciclo de alta de juros, que começou em julho de 2022 e elevou a taxa básica para 4%, o maior patamar desde 2011.
A decisão foi tomada apesar dos novos riscos inflacionários provenientes do aumento dos preços do petróleo, devido à guerra entre Israel e Hamas.
Em comunicado, o BCE afirmou que as informações recentes confirmaram a sua perspectiva de médio prazo para a inflação em 2,1%.
“A inflação ainda se espera que permaneça muito elevada por muito tempo e as pressões internas sobre os preços permanecem fortes. Ao mesmo tempo, a inflação caiu acentuadamente em setembro, inclusive devido a fortes efeitos de base, e a maioria das medidas da inflação subjacente continuou a diminuir”, disse o banco central.
Os mercados financeiros já esperavam a decisão do BCE, que havia sinalizado em sua reunião anterior que as taxas haviam atingido o pico.
O euro caiu 0,15% em relação à libra esterlina e 0,2% em relação ao dólar americano após o anúncio.
Discussão sobre corte de juros é ‘prematura’
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a discussão sobre um corte de juros é “totalmente prematura”.
“No momento, estamos dizendo que estamos firmes, temos que aguentar”, disse Lagarde.
O BCE precisa avaliar dados em áreas como as negociações salariais, que não serão divulgadas até 2024, acrescentou.
Mais alto por mais tempo
A decisão do BCE está em linha com a dos principais bancos centrais de todo o mundo, que são amplamente considerados como tendo já atingido ou estando à beira do pico das taxas de juro.
O BCE precisa que a política monetária permaneça suficientemente restritiva para cumprir as suas actuais previsões de inflação de 5,6% este ano, 3,2% no próximo ano e 2,1% no “médio prazo”.
Riscos inflacionários
Os riscos para a inflação permanecem no crescimento dos salários e no aumento dos preços da energia.
Marcus Brookes, diretor de investimentos da Quilter Investors, disse que os riscos inflacionários podem levar o BCE a aumentar as taxas novamente.
“No futuro, como outros bancos centrais, dirá que o mercado precisa esperar taxas de juros mais altas por mais tempo, com a porta sendo deixada aberta caso vejamos a inflação subir novamente”, disse Brookes.
“No entanto, dada a estagnação da economia e o facto de outros bancos centrais terem adotado um padrão de retenção, algo muito inesperado teria de acontecer para que as taxas fossem novamente aumentadas. A pressão mudará rapidamente para o corte das taxas, dada a falta de crescimento económico.”
