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Em meio à pandemia, o governo do estado do Rio de Janeiro, de Wilson Witzel, comprou sem licitação, R$ 50 mil em camisetas personalizadas com a marca do governo, informa o G1. A compra foi feita no início de abril, enquanto a doença se espalhava pelo estado.
De acordo com o site, a disputa pela da venda foi entre pai e filho e o mais novo ganhou o contrato, só que a empresa dele não é especializada em confecção de camisetas. As peças seriam usadas no mutirão de entrega de cestas básicas anunciado por Witzel.
Antes de fechar esse contrato sem licitação, o governo chegou a fazer uma pesquisa de mercado, só que consultou apenas as duas empresas da mesma família.
O empresário Rodrigo Rolla, de 24 anos, é dono da RML Rolla Comércio e Serviços em Geral. A empresa, criada há menos de um ano segundo o G1, não fazia parte do cadastro de fornecedores do Estado e nunca havia fechado contratos com órgãos públicos.
Porém, foi escolhida, sem licitação, para fornecer duas mil camisetas personalizadas para o Governo do Rio. O processo de compra ficou a cargo da Fundação Leão XIII, ligada ao vice-governador Cláudio Castro.
De acordo com o G1, a RML nunca tinha oferecido esse tipo de serviço. No cadastro da Receita, ela declara que trabalha em mais de 60 áreas diferentes, que vão desde manutenção de ar-condicionado, construção de edifício, comércio de roupa e até de animais vivos.
Em uma ligação feita pela GloboNews, Rodrigo Rolla admitiu que não é do ramo de confecção e que teve que buscar um outro fornecedor para atender Witzel.
A RML Roll também não tem sede própria. O endereço é, na verdade, um escritório de contabilidade no Centro de Niterói, Região Metropolitana do Rio.
Um outro detalhe dessa contratação também chamou a atenção do Ministério Público: uma das empresas que concorreu com a RML Roll na pesquisa de mercado feita pela Fundação Leão XIII é do pai de Rodrigo.
As duas propostas, da RML Roll e ACR Soluções em Energia, foram assinadas no mesmo dia: 14 de abril. O endereço também é o mesmo e Rodrigo de Miranda Lourenço Rolla, que ganhou o contrato, é filho de Antônio José Rolla Neto.
No dia 2 de maio, a proposta da ACR foi descartada pelo Governo do Estado. A servidora que excluiu o orçamento alegou que havia anexado um documento errado.
Entre tantos contratos milionários ligados à pandemia da Covid-19, a compra de camisetas comprou R$ 50 mil aos cofres públicos – cada uma custou R$ 25.
Mas a GloboNews fez um levantamento e descobriu que o dinheiro público poderia ter sido economizado nesse caso.
Foi feita uma cotação em uma fábrica e uma loja especializada em camisetas especializadas. O preço de cada unidade saiu até 30% mais barato que o valor pago pela Fundação Leão XIII.
Mais de R$ 10 mil poderiam ter sido poupados – o suficiente para comprar cestas básicas para 100 famílias.