A capa do caderno de Cultura do jornal Folha de S. Paulo trouxe na edição deste sábado (20), uma capa que gerou revolta na comunidade LGBT e apoiadores do governo Bolsonaro.
O jornal exibe a foto do novo secretário Especial de Cultura, mais jovem, em pose sensual, com as nádegas parcialmente de fora, com o título “o novo homem do presidente”.
O professor de Direito da Unifesp e ativista de direitos humanos e diversidade sexual, Renan Quinalha criticou o jornal.
“Homofóbicas foto e legenda da Ilustrada. Tantas críticas necessárias e urgentes a serem feitas: troca constante no comando da pasta, censura moral em editais, subfinanciamento da cultura, falta de experiência do nomeado. Mas a Folha achou legal fazer piadinha homofóbica”, escreveu Quinalha.
A jornalista, Milly Lacombe, autodeclarada “Sapatão” também considerou homofóbica a capa da Folha.
“A capa homofóbica, além de infantil, desvia do que realmente importa a respeito dessa pessoa. Aí quando a trans é assassinada na periferia a esquerda toda chora. Mas ações como essa capa incentivam a LGBTfobia. Que esquerda é essa que ri da homofobia?”, escreveu a jornalista.
Até a jornalista Vera Magalhães disse que o jornal fez uma insinuação homofóbica:
“A Folha que me desculpe, mas há milhares de formas e razões para criticar a indicação de Mário Frias para a Cultura, mas essa não é uma delas. Faz insinuação homofóbica, sexualiza o que não deve. E se fosse uma atriz nua? Sairia esse título? Não é assim que se ilumina o debate”, escreveu a editora a apresentadora do Roda Viva.
“Capa de jornal com insinuação homoerótica de péssimo gosto entre Bolsonaro e o novo Secretário de Cultura é tudo que NÃO precisamos! Aliás, a premiada temporada de Malhação “Viva a Diferença” que está reprisando agora é muito boa! Trama da diversidade sexual era ótima.”, escreveu uma internauta.
“Lamentável, com tantos argumentos pra criticar a escolha, a Folha recorre a uma piada homofóbica. E olha que estamos no Mês do Orgulho LGBTI+. Surreal!”, escreveu uma página ativista do movimento LGBT.