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O empreiteiro Marcelo Odebrecht delatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que seu grupo empresarial atuou para que o nome de Dias Toffoli fosse aprovado pelo Senado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, enquanto ele era Advogado-Geral da União (AGU) de Lula no segundo mandato como presidente.
De acordo com e-mails reunidos por procuradores e inseridos na delação do próprio empreiteiro, em setembro de 2009, dias após Toffoli ser escolhido por Lula para ocupar uma vaga no STF, Marcelo Odebrecht e Adriano Maia, um de seus subordinados, se articulam para ajudar no processo de aprovação do ministro pelo Senado.
Onze dias antes da sabatina, Marcelo escreve: “Temos que ver como promover uns encontros reservados de T com alguns amigos da casa de cima de CMF. Eles e nós podemos ter com isto um aliado no futuro”. CMF é Cláudio Melo Filho, um dos lobistas mais atuantes da Odebrecht em Brasília, especialmente no Congresso Nacional. Cláudio Melo está copiado no e-mail.
Adriano, que tinha a incumbência de fazer a ponte, diz: “Checarei interesse do t e falo com claudio”. O próprio Marcelo se coloca à disposição para ajudar. “Me avisem se conveniente eu estar em algum”, escreve ele.
A uma semana da sabatina, Adriano atualiza o assunto para Marcelo. “Me alinhei com claudio sobre um contato que ele pediu para fazermos. Sem a presença dele.”
No depoimento aos procuradores do MPF, segundo vídeo da delação obtido e publicado pela revista Crusoé, Marcelo Odebrecht elimina eventuais dúvidas sobre o ocorrido e confirma que Toffoli aceitou a oferta de ajuda da Odebrecht e pediu que a empreiteira fizesse contato com pelo menos um senador:
“Nesse caso aqui você vê que foi minha iniciativa. Por que eu digo isso? Porque aí depois, o Adriano bota: checarei o interesse dele e falo com Cláudio. Aí, eu digo: me avise se conveniente eu estar. Aí, o Adriano fala: me alinhei com Claudio sobre um contato que ele, o Toffoli, pediu para fazer. Quer dizer, provavelmente Adriano foi lá: Toffoli, precisa de alguma ajuda? Toffoli deve ter dito: não, mas tem um senador em especial que eu tô vendo alguma dificuldade, será que vocês podem me ajudar? Pelo que tá aí… O que na verdade era mais do que comum. É o que o pessoal chamava de beija-mão, todos os ministros depois que eram escolhidos e antes de serem aprovados, eles faziam isso, e para fazer isso, muitas vezes eles buscavam empresários que tinham… E nesse caso eu mesmo perguntei a Adriano: ó, você não quer checar com o Toffoli se ele quer isso? E pelo retorno, ele pediu para falar com um”.