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A Embaixada da China no Brasil classificou de “discriminatória, excludente e política” a campanha dos Estados Unidos para impedir participação da empresa chinesa Huawei no mercado de 5G. O secretário brasileiro de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, Pedro Miguel da Costa e Silva afirmou na terça-feira (10) que “o Brasil apoia os princípios” da iniciativa norte-americana.
A chamada Rede Limpa (Clean Network, em inglês) é um programa do Governo Trump para proteção de dados. No site oficial do projeto, a Huawei é apontada como “um braço da vigilância do Partido Comunista Chinês (PCCh)”.
Não é a 1ª vez que a China acusa os EUA por conta do 5G. Na nota divulgada nesta quinta-feira (12), a embaixada chinesa afirmou que a proposta dos EUA é uma “rede suja” para promover uma “guerra fria tecnológica e bullying digital”.
O porta-voz disse ainda acreditar que o Brasil “vai tomar decisões objetivas de forma independente e autônoma”.
Executivos da Huawei visitaram o presidente Bolsonaro em novembro de 2019. Nesta 5ª feira (12.nov), Bolsonaro disse que estabelecer comércio com o mundo sem viés ideológico é “1 elemento-chave”. Mas ele vetou a compra da vacina chinesa contra a covid-19.
O Poder360 perguntou ao Ministério de Relações Exteriores qual a posição oficial do Brasil em relação à Rede Limpa. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.
TECNOLOGIA 5G
A 5ª geração de telefonia móvel permitirá que a conexão da internet sem fio seja 10 vezes mais rápida que a do 4G. A tecnologia já começou a ser implementada no Brasil.
O governo brasileiro elabora o edital para leiloar as faixas de radiofrequência do 5G. A concorrência tem gerado debate e é vista como trunfo de negociações internacionais. O cronograma do leilão foi afetado pela pandemia de covid-19.
Atualmente, há 4 empresas que dominam a tecnologia: a chinesa Huawei, a coreana Samsung, a finlandesa Nokia e a sueca Ericsson –que busca maior destaque nas negociações com o Brasil.