Em entrevista para revista Veja, o governador de São Paulo João Doria (PSDB) acusou o presidente Jair Bolsonaro de interferir na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Doria admitiu, na própria entrevista, que não provas tem provas da acusação, mas disse que a agência agiu de forma ideológica ao interromper os testes da vacina CoronaVac, vacina chinesa desenvolvida pela farmacêutica da China, Sinovac, com o Instituto Butantan.
“Nem a própria Anvisa acreditou naquilo que propagou. Ficou claro que a decisão foi motivada por uma orientação ou pressão exercida pelo Palácio do Planalto. Foi um fato inédito na história da agência. Espero que ela volte ao caminho de antes – de garantir a segurança, mas também a celeridade do processo, sem fazer escolha de vacinas”, afirmou.
Perguntado se tem provas da interferência do presidente na Anvisa, Doria negou e disse que é uma “é uma análise das circunstâncias”:
“A interrupção foi uma decisão extemporânea, sem diálogo com o Butantan, que aconteceu no mesmo dia em que se anunciou em São Paulo a chegada do primeiro lote de vacinas. Foi um ato inadequado, que causou constrangimentos ao mundo científico e até dentro da própria Anvisa”.