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Em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (04), o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub disse que se referia ao ministro do STF, Ricardo Lewandowski, quando afirmou, em entrevista a um podcast, que um dos membros da Corte havia feito chegar até ele o interesse em comprar uma casa sua, já que ele morava nos EUA e “não vai voltar para o Brasil”.
Na oitiva, Weintraub foi questionado pelo delegado e respondeu que não tentou imputar ou insinuar crime ou difamar Lewandowski, mas que se lembrou do fato como “curioso” e “anedótico” e que “lhe tinha causado mal-estar, pois sequer sua residência estava à venda”.
A “proposta” de Lewandowski pela casa teria sido feita a uma corretora e chegado a Weintraub no 2º semestre de 2021, conforme se recorda o ex-ministro, por meio de seu advogado, Auro Hadano Tanaka, que acompanhou a oitiva na tarde de hoje.
A casa em questão fica em um condomínio em São Paulo, o Chácara Cordeiro, no Jardim Petrópolis, Zona Sul paulistana.
Abraham Weintraub e seu defensor disseram à PF que se comprometem a incluir nos autos documentos que registraram, “por mais de uma vez”, a entrada de Lewandowski e sua esposa no condomínio.
O ex-ministro afirmou que o suposto interesse de Lewandowski em adquirir sua casa foi manifestado após o julgamento, pelo ministro, de um habeas corpus movido por Weintraub ao STF. Na ocasião, o pedido do ex-ministro foi negado.
Em sua participação no podcast Inteligência LTDA em 16 de janeiro, o ex-ministro da Educação sugeriu que um dos ministros do Supremo teria feito chegar a ele o interesse em comprar a propriedade, já que ele não voltaria mais ao Brasil.
Depois de deixar o cargo no governo, Weintraub foi nomeado para um cargo no Banco Mundial e se mudou para os EUA.
“Moro numa casa, num condomínio fechado, uma casa boa. Um juiz do STF estava procurando casa na região, dentro do condomínio. Viu a minha casa e falou: ‘Pô, casa bonita, hein? De quem é?’ Falaram: ‘Abraham Weintraub’. ‘Pergunta para ele se não quer vender para mim’. ‘Não está à venda’. ‘Pergunta se ele não quer vender para mim, já que ele não vai voltar para o Brasil’. O que acha disso? É adequado? Esse juiz me negou habeas corpus. Foi um dos dez que me negaram habeas corpus”, declarou o ex-ministro.
A oitiva de Weintraub foi feita no âmbito de uma apuração preliminar aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga supostos “ataques e disseminação de notícias falsas contra o Supremo e seus membros”.