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Na segunda-feira (13), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que “ninguém negou” a existência do esquema de corrupção revelado pela Lava Jato. Porém, ele disse não ser correto combater o “crime cometendo crime”.
Em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, Gilmar comentou uma fala do presidente da Corte Luiz Fux. Na semana passada, ele disse que ninguém poderia esquecer os escândalos de corrupção apontados pelas investigação, anuladas, de acordo com o ministro, por “questões formais”.
“Ninguém discute se houve, ou não, corrupção. O que se cobra é que isso seja feito segundo o devido processo legal. Não se combate crime cometendo crime. Se você usou a prisão provisória alongada para obter delação, isso tem outro nome na ordem jurídica. Isso se chama tortura”, disse Gilmar.
Mendes citou o caso de Geddel Vieira Lima, condenado no caso do bunker com R$ 51 milhões encontrado em um apartamento em Salvador, citado por Fux na fala da semana passada.
“Ninguém negou [a existência de corrupção]. Falou-se, por exemplo, no caso Geddel. O Geddel foi condenado e cumpriu pena. Ninguém está negando. Mas o combate à criminalidade tem que ser feito dentro dos marcos legais. O Supremo Tribunal Federal não pode subscrever práticas ilícitas”, disse Mendes.