Questionado sobre a união dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) contra as críticas que a Corte tem recebido, o decano Gilmar Mendes avaliou que o STF, em alguns momentos, tem se tornado uma espécie de bode expiatório.
A declaração foi feita por ele em entrevista à GloboNews exibida na noite de segunda-feira (20).
“A gente vive um pouco esse fenômeno do populismo, em que as pessoas seguidoras de determinados grupos ou facções partidárias fazem ataques às instituições. Não é um fenômeno brasileiro. Tem ocorrido mundo afora, dentro daquela ideia de eventualmente encontrar culpados – nós não governamos bem ou temos dificuldade de decidir ou de governar por conta da existência de instituições que estabelecem limites – quando na verdade a democracia constitucional existe com esses limites. Com a possibilidade de controles, que são exercidos. Mas o Tribunal, em alguns momentos, tem vivido esse tipo de situação em que ele vira um tipo de bode expiatório”, afirmou o Gilmar.
“É preciso que nós também façamos uma auto reflexão e avaliemos esse quadro e tentemos traduzir isso para as pessoas. E para isso, obviamente, nós não devemos cultivar divisões. Devemos ter essa capacidade de autocrítica e devemos marchar unidos. Isso ocorreu agora em dois casos emblemáticos, que são aqueles casos que foram decididos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que vieram para cá”, declarou Mendes, em referência aos processos em que a Corte restabeleceu a cassação dos deputados Fernando Francischini (União-PR) e Valdevan Noventa (PL-SE).
“Acho que há uma leitura institucional que se faz e que projeta a Corte mais unida e acho que deve ser assim”, enfatizou.
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