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Ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) enviou um relatório com a análise das imagens das câmeras de segurança do Aeroporto de Roma, onde empresários teriam agredido Alexandre de Moraes, do STF, e seu filho em julho.
Na quarta-feira (04), Dias Toffoli, relator do inquérito sobre o caso no STF, retirou o sigilo dos autos, mas manteve o sigilo dos vídeos.
O ministro do STF aceitou o pedido da PF e prorrogou a investigação por mais 60 dias.
Ao STF, a PF concluiu que o empresário Roberto Mantovani ‘aparentemente’ bateu com ‘hostilidade’ no rosto do filho do ministro do STF, que segundo o documento da PF, conseguiu se esquivar parcialmente.
O relatório da Polícia Federal analisa cada frame do vídeo. Porém, a íntegra das filmagens não foi liberada.
“Após ter afrontado Barci, impulsionando seu corpo contra este, que estava de óculos, Roberto levantou a mão e, aparentemente, chegou a bater no rosto da vitima, que teve óculos deslocados (ou caídos no rosto)”, diz a PF.
A PF afirmou ao STF que a mulher do empresário, Andreia Munarão, foi quem ‘provocou’ a confusão.
“Ela própria, desde que vira o ministro, passou a apresentar uma postura visivelmente hostil, com gestos, projeções corporais e expressões faciais, com aparentes gritos, que levam a concluir ter sido ela a provocadora de toda a confusão”, diz trecho do relatório da PF.
“Posteriormente, a breve discussão entre os dois, visivelmente motivada pelas ações de Andreia Munarão, que provocaram uma aparente verbalização por parte de Barci, Roberto Mantovani levantou a mão direita e atingiu o rosto (ou os óculos) de Alexandre Barci de Moraes, deslocando ou fazendo sair de sua face o acessório do filho do ministro”, prossegue o relatório.
A PF ainda aponta que Moraes e seus familiares chegaram na sala VIP de embarque ‘sem fazer qualquer alarde’ e aguardaram na fila para entrar. A discussão, de acordo com a PF, foi desencadeada pela ‘atitude hostil e agressiva’ do casal, depois que Andreia ‘aparentemente implicou’ com a presença do ministro do STF.
Em entrevista ao jornal O Estadão, o advogado de defesa do empresário Roberto Mantovani questionou o sigilo das imagens: “Me parece contraditório o sigilo das imagens do aeroporto e, no mesmo passo, a divulgação de um relatório que contém as mesmas imagens, aquelas selecionadas pela PF”.