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Nesta quarta-feira (7), o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Celso Amorim, expressou seu descontentamento com a falta de transparência nas recentes eleições na Venezuela. Amorim revelou que, após as eleições, solicitou a Nicolás Maduro a divulgação das atas, mas até o momento não houve clareza sobre o processo judicial relacionado.
“Eu disse isso para o presidente Maduro. Eu tive com ele no dia seguinte da eleição e perguntei sobre as atas. Ele me disse que seriam publicadas. Depois encontraram esse caminho pela Justiça. Eu tenho que confessar a minha ignorância, não compreendo bem ainda o que a Justiça vai fazer”, disse Amorim em entrevista à GloboNews. Ele admitiu não entender completamente o papel da Justiça venezuelana no caso.
“Lamentável que as atas não tenham aparecido, eu disse isso para o presidente Maduro no dia seguinte à eleição”, disse Amorim.
Amorim também comentou a divergência de posições dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 29 de julho, a Executiva Nacional do PT reconheceu a vitória de Maduro, uma decisão que contrastou com o silêncio mantido pelo presidente Lula e pelo Itamaraty. Apesar das diferenças, Amorim minimizou a possibilidade de desgaste entre o governo e o partido, destacando a pluralidade de opiniões dentro do PT. “Não vivemos em um partido único. É natural ter diferentes opiniões dentro do mesmo partido. Eu não compartilho da mesma visão, mas isso não cria conflito”, disse ele.
O assessor ressaltou a importância de manter o diálogo com Maduro, lembrando que, apesar das controvérsias, ele ainda tem seis meses de mandato. “Devemos continuar o diálogo, independentemente das disputas políticas internas”, defendeu Amorim.
A crise política na Venezuela se intensificou desde que o conselho eleitoral anunciou, em 2 de agosto, a reeleição de Nicolás Maduro com 51,95% dos votos, sob acusações de fraude. Diversos países não reconheceram a vitória de Maduro. A ONG Provea relatou 24 mortes e mais de mil prisões arbitrárias em meio aos protestos que tomaram o país. Celso Amorim expressou preocupação com a possibilidade de um conflito grave e enfatizou a necessidade de conciliação para evitar uma escalada da violência. “Temo um agravamento da situação e é crucial buscar um entendimento entre as partes envolvidas”, concluiu.