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A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (28), um requerimento de repúdio a uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O motivo foi a fala de Lula na Indonésia, onde afirmou que os traficantes de drogas são “vítimas dos usuários”.
O autor da moção de repúdio, deputado federal Capitão Alden (PL-BA), alega que o chefe do Executivo fez “declarações desrespeitosas e equivocadas proferidas em âmbito internacional, minimizando a gravidade do crime organizado e relativizando o papel de traficantes na perpetuação da violência”.
A fala do presidente, que gerou a moção de repúdio, ocorreu em 24 de outubro durante uma coletiva de imprensa:
“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários, também. Você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra […]. Então, é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate a droga”, disse o presidente.
Para o Capitão Alden, o presidente “relativizou a gravidade do tráfico de drogas” e “tais declarações minam o esforço das forças de segurança pública, desrespeitam as vítimas do crime organizado e deslegitimam a atuação policial”. O requerimento ainda alega que as falas de Lula enfraquecem “alianças internacionais de combate ao crime”.
Horas após a repercussão negativa da fala, o presidente brasileiro publicou uma retratação nas redes sociais, afirmando que a frase foi “mal colocada”:
“Quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado. Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país. Continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado”, escreveu Lula.
O requerimento de repúdio da Câmara também se manifesta contra outra declaração de Lula feita na mesma coletiva, na qual ele criticou as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a defesa de ações militares letais contra grupos de narcotráfico em outros países.
Lula, sem citar Trump, defendeu que o combate ao crime deve respeitar a legalidade:
“Você não está aí para matar as pessoas, você está para prender as pessoas. Antes de punir alguém, é preciso julgar, ter provas. Você não pode simplesmente dizer que vai invadir o território de outro país. É preciso respeitar a Constituição, a autodeterminação dos povos e a soberania territorial”, afirmou o presidente.